Os bandidos que
matam nossas mães e nossos filhos ganham importância política num Estado
fulminado pela incompetência e pela corrupção.
Editorial JP, 24 de setembro
É possível que o governo do Maranhão
esteja permitindo que chamem para dentro da campanha política assassinos de
crianças em uma última e desesperada tentativa de mudar a realidade eleitoral?
São os homens que a poucos anos queimaram gente viva dentro de um ônibus,
inclusive a mãe, uma criança que morreu e outra que escapou que agora produzem
vídeos políticos contra Flávio Dino e, por conseqüência, favoráveis à
candidatura de Edinho Lobão.
Os bandidos que queimam nossa cidade,
matam nossas mães e nossos filhos, ganham importância política num Estado
fulminado pela incompetência e pela corrupção. Não é só o Maranhão, é o próprio
país que parece não ter governo, pois é esse um caso crasso de intervenção
federal imediata, de por fim a esta insânia que remete a um desejo de
genocídio, uma vontade de, se possível, atacar a população, atirar contra ela
para que não vote em quem tem vontade de votar.
Nesse estado em que assassinos
contumazes são libertos para passeios nos fins de semana, o Maranhão sufocado
pela presença diária no noticiário policial do país, em que se tornou
impossível até governar uma Penitenciária, a grande cartada política tem origem
no conluio com membros de uma facção criminosa que negociam, sabe Deus com
quem, a execração pública do principal adversário do governo. É descer demais,
é ir ao nível das baratas, dos urubus que dançam sobre carne podre. E não se
trata aqui de ser de um lado ou de outro, trata-se de defender o nosso Maranhão
ferido, estropiado moralmente por uma tirania impossível até de se imaginar.
Não pensam os que assim agem que têm
filhos, que têm esposas, mães e que eles são as vítimas preferenciais de um
desvario nazista que pode atingi-los a qualquer momento. Não há o que explique
isso. O poder não pode ser mais importante que a alma humana, não pode estar
acima do contrato dos seres racionais com Deus.
E a imprensa, a parte da imprensa que
alimenta essa insânia, porque não pedem demissão todos eles, pois é mais digno
passar fome ou ir parar na cadeia, que acusar inocentes, ser parte física e
mental de tanta degradação.
Em meio ao fogo, às mortes, a
crianças caminhando em chamas, querem transformar esse Estado numa maldita
Babilônia, uma terra governada por seres sem alma e sem coração.
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