Em
homenagem ao poeta José Chagas
É
por te amar, cidade minha
JM
Cunha Santos
Que
a ti limito meus pés
Que
só me molho, Rainha,
Nas
águas de tuas marés
É
por ser filho da tua lua
Que
me acidento em tuas pontes
Que
me solto - carne crua,
E
só bebo em tuas fontes
É
por te amar, cidade minha
Que
esqueço a alma no chão
E
janto a moça sozinha
Com
arroz de solidão
Te
amo se estou voando
E
se ando de bicicleta
Se
ando de aeroplano
E
se ando de poeta
Te
amo se guardo o corpo
Te
amo se estou presente
Te
amo quando me perco
E
também se estou ausente
402
se foram
402
ficaram
402
sumiram
402
voltaram
Para
que eu envelhecesse
Parado
com o céu na mão
E
depois de velho eu nascesse
Na
Fonte do Ribeirão
E
juntos, eu e a serpente
Que
cava a história no chão
Salvaremos
nossa gente
De
tanta corrupção
Quem
faz quatro zero dois
Ainda
não fez seiscentos
Quem
faz quatro zero dois
Está
perto de quinhentos
Para
viver para sempre
De
amores coloniais
E
livrar o nosso Estado
“De
caminhar para trás”
Deixa
eu ficar, cidade minha
Orando
em tuas catedrais
Te
ver crescendo, Fadinha
Na
pele dos ancestrais
Não
quero ver outros mundos
Nem
quero estar bem ali
Me
livrando dos gatunos
Nunca
vou sair daqui!
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