Blog Carlos Gaby
A campanha de Edinho Lobão não existe mais em Imperatriz. Desde o começo
da disputa eleitoral, o comitê do candidato da família Sarney enfrenta motins e
protestos das equipes de rua e de motoristas de carros de som por falta de
pagamento. Por várias vezes, o comando do comitê teve de acionar a Polícia para
acalmar os ânimos dos trabalhadores e evitar quebra-quebra.
O comitê fechou as portas definitivamente e somente membros da coordenação
podem entrar em suas dependências.
No final da tarde de ontem (segunda, 29), duas viaturas da Polícia
Militar foram chamadas para conter um início de tumulto no comitê, que fica
localizado na rua Coronel Manoel Bandeira, próximo à Praça da Cultura, na parte
antiga de Imperatriz. Trabalhadores da campanha tentavam obter alguma
informação. O clima ficou tenso e houve ameaça de invasão e depredação do
prédio.
Líderes de equipes de rua revelam que dezenas de pessoas que trabalham
para Edinho abandonaram a campanha sem receber pagamentos. Muitas estão
retornando todos os dias ao comitê sob a promessa de que irão receber os
atrasados até a eleição, domingo dia 5. Mas não é o que está ocorrendo. Mesmo
os que estão sendo pagos, não estão recebendo integralmente.
Segundo relatos, há grupos que ainda não receberam a quinzena e pelo
menos um não vê o dinheiro de seu trabalho tem mais de um mês. A revolta é
geral.
Os carros de som estão sem circular tem cerca de vinte dias por falta de
combustível. Proprietários dos veículos também não receberam o pagamento da
locação dos carros. Os motoristas também não receberam os salários atrasados.
Vídeo
Nos bastidores, integrantes da equipe de coordenadores do comitê
reclamam do “desprezo” por parte do comando central em São Luís. O desânimo é
visível. Vários abandonaram suas funções e outros admitem abertamente a derrota
de Edinho – em Imperatriz, Flávio Dino deve obter grande votação, impondo uma
vergonhosa derrota ao candidato da família Sarney.
Em um vídeo gravado de um celular e vazado nas redes sociais, uma
funcionária do comitê tentar acalmar mulheres que trabalhavam nas equipes de
rua. Ela admite que as equipes da coordenação estão “sofrendo a mesma pressão”
e diz que também “nunca recebeu nenhum um centavo” desde o início da campanha.
Revela que “a gente
não estava trabalhando aqui no comitê” e tenta justificar: “Mas a gente tava
trabalhando para fechar as contas, para saber quanto que tinha para pagar até o
final da campanha, quanto que a gente tem passar pra lá [o comando central em
São Luís] pra saber quanto eles vão mandar. E a gente não tem outra coisa pra
dizer… Estou aqui dando meu sangue. Minha casa e minha vida tá toda por conta.
Eu nunca recebi um centavo até hoje, e eu não sou candidata a nada, eu sou uma
pessoa comum como vocês. Uma mãe de família comum como vocês, que tem contas a
pagar, que tem serviço a prestar. Então eu sei que é difícil, que as palavras
não vão encher barriga, que palavra não vai pagar contar”.
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