JM
Cunha Santos
Foi
na Conferência Nacional dos Advogados que o presidente da Ordem dos Advogados
do Brasil, Marcos Vinícius Coelho, defendeu uma reforma política profunda que
em sua visão só será efetiva se acontecer aliada a um Plano Nacional de Combate
à Corrupção. Porque talvez o fortalecimento dos órgãos de controle do Estado no
Brasil, como prega a presidente Dilma Roussef, já não baste, tamanho é o
assédio dos ímprobos aos recursos públicos.
Dentre outros pontos da Reforma Política que o
povo exigiu nas ruas, incluem-se a igualdade de condições entre os candidatos,
o fortalecimento dos partidos políticos, a diminuição dos custos das campanhas
eleitorais, a contenção do abuso de poder político e econômico e a proteção da
probidade administrativa. São exigências também defendidas pelo presidente da
OAB.
A
regulamentação de postulados da Democracia Direta, como o referendo e o
plebiscito, maior Justiça Fiscal de forma a evitar, inclusive, o sacrifício dos
municípios que vivem de pires nas mãos rumo ao Palácio do Planalto, são
imprescindíveis e também só se tornarão efetivos se definitivamente se
concretizar esse esperado Plano Nacional de Combate à Corrupção.
A
“Carta dos Movimentos Sociais” descreveu que sem a Reforma Política o “voto” do
poder econômico ganha de goleada, inclusive na definição das políticas
públicas. A reforma viria também para enfrentar a subrepresentação dos
trabalhadores, das mulheres, dos jovens, da população negra e LGBT nas casas
legislativas e no Congresso Nacional. Também os movimentos sociais exigem a
regulamentação dos mecanismos da democracia direta.
Por
mais que queiram disfarçar, sobra à evidência que a eleição de 2014 retratou um
país dividido, no qual Dilma Roussef venceu em 15 estados e Aécio Neves em 13
estados e no Distrito Federal. O país oscila, portanto, entre a segurança dos
programas sociais do PT e a vontade de expurgar os corruptos do país. O PT já
não reina absoluto sobre os votos dos brasileiros e fica claro que desta vez a
Reforma Política tem que sair do papel, até para que se evitem formas menos
republicanas de conflagração neste país.
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