Poeta ocupará vaga que era de Ivan Junqueira: 'Comovente', disse.
Cadeira 37 já foi de Getúlio Vargas, Chateaubriand e João Cabral de Melo.
Cadeira 37 já foi de Getúlio Vargas, Chateaubriand e João Cabral de Melo.
Lívia Torres Do G1 Rio
Poeta Ferreira Gullar |
O poeta maranhense Ferreira Gullar, de 84 anos, foi eleito na tarde desta
quinta-feira (9), em primeiro escrutínio, membro da Academia Brasileira de
Letras, em votação no Petit Trianon, no Centro do Rio. O mais novo
"imortal" vai ocupar a Cadeira 37, que pertencia ao poeta e tradutor Ivan
Junqueira, morto em julho deste ano.
"Estou muito feliz. Mais ou menos eu já
esperava pelo que os acadêmicos me disseram. Desde que soube, já estava muito
feliz. Mas na hora que acontece é diferente. Vira realidade mesmo, deixa de ser
promessa", disse Ferreira Gullar pouco depois da escolha, em festa no
apartamento do também imortal Antonio Carlos Secchin em Copacabana
Convencido
por amigos
O anfitrião da festa lembrou do lado "antiacadêmico" de Gullar, que deve assumir a cadeira no fim de novembro ou início de dezembro. "Por outro lado, ele percebeu que tinha amigos e admiradores na academia", afirmou Secchin.
O anfitrião da festa lembrou do lado "antiacadêmico" de Gullar, que deve assumir a cadeira no fim de novembro ou início de dezembro. "Por outro lado, ele percebeu que tinha amigos e admiradores na academia", afirmou Secchin.
Gullar disse que foi convencido por amigos a
se candidatar. "Vários acadêmicos amigos meus me ligavam pra dizer que eu
tinha que entrar, para me convencer. O fato de substituir o Junqueira, que é
meu grande amigo, pesou muito. Foi uma coisa muito comovente, eu não sabia que
ele estava doente", declarou.
Gullar recebeu 36 dos 37 votos (um foi em
branco) e superou, em apenas 15 minutos de votação, terminada às 16h15, os
candidatos Ademir Barbosa Júnior, José Roberto Guedes de Oliveira e José
William Vavruk. Os ocupantes anteriores da cadeira foram: Silva Ramos, fundador
- que escolheu como patrono o poeta Tomás Antônio Gonzaga -, Alcântara Machado,
Getúlio Vargas (1883-1954), Assis Chateaubriand (1892-1968) e João Cabral de
Melo Neto (1920-1999).
"Foi uma votação muito generosa. Ele foi
acolhido com muito carinho. Foi um ingresso auspicioso. Ele entra nessa casa
com sua poesia. O acolhemos com muita galhardia. Ele esta entrado na
instituição presidida por Machado de Assis", disse a imortal Nelida Piñon
durante a tradicional queima de votos após a eleição. "A queima é
simbólica, desaparecem os vestígios deixado em cada cédula, para ninguém nunca
mais saber. Isso é uma elegância, o Brasil precisa de elegância. Só fica a
gloria. Ele vai entrar e a poesia entra. Na academia não tem divórcio",
acrescentou a ex-presidente da ABL.
Outras duas cadeiras da
ABL estão abertas: a dos escritores João
Ubaldo Ribeiro e Ariano
Suassuna, que morreram duas semanas após Ivan Junqueira. A eleição para a
vaga de João Ubaldo é no dia 23 de outubro. Uma semana depois, no dia 30, será
feita a votação para a cadeira de Suassuna. Os três derrotados na eleição desta
quinta podem se candidatar novamente. Outro concorrente, no entanto, é o
favorito para a vaga do pernambucano: o escritor Zuenir Ventura.
Biografia
Ferreira Gullar, um dos mais aclamados autores brasileiros vivos, é o pseudônimo José Ribamar Ferreira. Ele nasceu em São Luís, no Maranhão, em 10 de setembro de 1930. Publicou seu primeiro livro, "Um pouco acima do chão", aos 19 anos de idade. Dentre suas principais obras, estão "A luta corporal" (1954), "Dentro da noite veloz" (1975), "Poema sujo" (1976) e "Na vertigem do dia" (1980).
Ferreira Gullar, um dos mais aclamados autores brasileiros vivos, é o pseudônimo José Ribamar Ferreira. Ele nasceu em São Luís, no Maranhão, em 10 de setembro de 1930. Publicou seu primeiro livro, "Um pouco acima do chão", aos 19 anos de idade. Dentre suas principais obras, estão "A luta corporal" (1954), "Dentro da noite veloz" (1975), "Poema sujo" (1976) e "Na vertigem do dia" (1980).
Seu mais recente é
"Em alguma parte alguma", que ganhou o
prêmio Jabuti de livro do ano em 2011. Ao subir no palco para agradecer
pelo reconhecimento, afirmou: "Eu só vou dizer: não sei se poesia é
literatura. Fora isso, a gente faz poesia porque a vida não basta"
E espero ver o poeta Jonaval ocupando uma cadeira na AML, não desejando a morte de ninguém, mas que é algo inexorável na vida de cada um de nós.
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