quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Um governo amigo de São Luís

Editorial JP, 28 de janeiro

Durante visita ao Hospital da Mulher, que acaba de ganhar mais cinco leitos de UTI, o prefeito Edivaldo comentou sobre as vantagens de se ter “um governo amigo de São Luís”. O prefeito acenou com a pavimentação dos bairros da área Itaqui-Bacanga, construção de creches, reforma de unidades de saúde e outros planos que fazem parte de uma sonhada parceria que, somente agora, passados tantos governos, tem chances reais de acontecer.
Já comentamos aqui a respeito da qualidade de vida alcançada pela população em outras capitais, exatamente em função de parcerias que uniram os governos municipal e estadual. São Luís, no entanto, estava sendo punida por suas decisões político-eleitorais completamente contrárias aos propósitos do grupo que até ontem governou o Estado. Mais do que punida, foi ignorada pela administração estadual em seus apelos por uma união em prol de seu povo. Em determinados momentos, além de não ajudar, atrapalharam o desenvolvimento da cidade, usando do poder político de senadores e deputados para bloquear recursos federais destinados à capital do Maranhão. O olho do poder só enxergava dividendos eleitorais e, cegas, as autoridades do Estado torciam e faziam o pior para esta cidade.
As incursões da prefeitura no sentido de que esta parceria saísse do papel, do mero campo das intenções jamais realizadas, não foram poucas. O governo, irredutível em seus propósitos nada republicanos, escolhera inviabilizar e não ajudar a administração municipal. E, na condição de administrador, nem só Edivaldo foi vítima dessa intentona perversa. Também o prefeito João Castelo reclamou, e muito, da insensibilidade do então governo Roseana Sarney para com as postulações da capital do Maranhão. Não é de hoje, portanto, que os ludovicenses esperam por um governo e um governante amigo de São Luís. Como em outras capitais, nas quais não vingou esse espírito de vindita e as administrações municipal e estadual trabalharam juntas para atender às mais lídimas reivindicações do povo.
Assim, um governo amigo de São Luis não é um sonho do prefeito Edivaldo. É, todavia, um sonho da população que ainda carece de melhorias no transporte público, de avanços na infraestrutura urbana e outros itens conquistados, a efeito desse tipo de parceria, em outras capitais. Mesmo que não fossem o prefeito e o governador Flávio Dino aliados políticos, não há negar que, de há muito, São Luís merece um olhar conjunto, organizado e realizador do poder público, emtodos os níveis, sem o peso arrasador das diferenças político-partidárias.
A bem da verdade, o administrador municipal em São Luís tem sido um solitário em suas conquistas e realizações, a exemplo do próprio Edivaldo em áreas historicamente relegadas como saúde e educação. Um governo amigo de São Luis que, junto com o prefeito, pense sua segurança e mobilidade urbana, infraestrutura e transporte, saneamento, a educação e a saúde de seu povo, é uma esperança marcada que há tempos tem afligido a população.

Não é apenas a esperança de um prefeito; é a esperança de uma cidade que, afinal, pagou um preço muito alto pelo quase permanente enfrentamento do poder da dinastia Sarney.

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