Editorial
JP, 28 de janeiro
Durante
visita ao Hospital da Mulher, que acaba de ganhar mais cinco leitos de UTI, o
prefeito Edivaldo comentou sobre as vantagens de se ter “um governo amigo de
São Luís”. O prefeito acenou com a pavimentação dos bairros da área
Itaqui-Bacanga, construção de creches, reforma de unidades de saúde e outros
planos que fazem parte de uma sonhada parceria que, somente agora, passados
tantos governos, tem chances reais de acontecer.
Já
comentamos aqui a respeito da qualidade de vida alcançada pela população em
outras capitais, exatamente em função de parcerias que uniram os governos
municipal e estadual. São Luís, no entanto, estava sendo punida por suas
decisões político-eleitorais completamente contrárias aos propósitos do grupo
que até ontem governou o Estado. Mais do que punida, foi ignorada pela
administração estadual em seus apelos por uma união em prol de seu povo. Em
determinados momentos, além de não ajudar, atrapalharam o desenvolvimento da
cidade, usando do poder político de senadores e deputados para bloquear
recursos federais destinados à capital do Maranhão. O olho do poder só
enxergava dividendos eleitorais e, cegas, as autoridades do Estado torciam e
faziam o pior para esta cidade.
As
incursões da prefeitura no sentido de que esta parceria saísse do papel, do
mero campo das intenções jamais realizadas, não foram poucas. O governo,
irredutível em seus propósitos nada republicanos, escolhera inviabilizar e não
ajudar a administração municipal. E, na condição de administrador, nem só
Edivaldo foi vítima dessa intentona perversa. Também o prefeito João Castelo
reclamou, e muito, da insensibilidade do então governo Roseana Sarney para com
as postulações da capital do Maranhão. Não é de hoje, portanto, que os
ludovicenses esperam por um governo e um governante amigo de São Luís. Como em
outras capitais, nas quais não vingou esse espírito de vindita e as
administrações municipal e estadual trabalharam juntas para atender às mais
lídimas reivindicações do povo.
Assim,
um governo amigo de São Luis não é um sonho do prefeito Edivaldo. É, todavia,
um sonho da população que ainda carece de melhorias no transporte público, de
avanços na infraestrutura urbana e outros itens conquistados, a efeito desse
tipo de parceria, em outras capitais. Mesmo que não fossem o prefeito e o
governador Flávio Dino aliados políticos, não há negar que, de há muito, São
Luís merece um olhar conjunto, organizado e realizador do poder público,
emtodos os níveis, sem o peso arrasador das diferenças político-partidárias.
A
bem da verdade, o administrador municipal em São Luís tem sido um solitário em
suas conquistas e realizações, a exemplo do próprio Edivaldo em áreas
historicamente relegadas como saúde e educação. Um governo amigo de São Luis
que, junto com o prefeito, pense sua segurança e mobilidade urbana,
infraestrutura e transporte, saneamento, a educação e a saúde de seu povo, é
uma esperança marcada que há tempos tem afligido a população.
Não
é apenas a esperança de um prefeito; é a esperança de uma cidade que, afinal,
pagou um preço muito alto pelo quase permanente enfrentamento do poder da
dinastia Sarney.
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