Somente de uma agiota foram apreendidos 24 carros de luxo. A quadrilha agia em cima da merenda escolar.
Ex-prefeita de Dom Pedro |
As investigações sobre a rede de agiotagem no Maranhão resultaram em
duas prisões, nove mandados de condução coercitiva e 38 mandados de busca e
apreensão no estado. A operação denominada ‘Imperador’ resultou na prisão da
ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros Costa, acusada de envolvimento na
prática de agiotagem e licitações fraudulentas, que culminaram no desvio de
mais de R$ 5 milhões dos cofres públicos.
As investigações também revelaram o envolvimento de Alfredo Falcão,
filho de Arlene, Rodrigo Manso, sobrinho da ex-gestora, e João Cavalcante Neto,
funcionário utilizado como laranja no esquema de corrupção. Os três acusados já
receberam mandado de condução coercitiva.
Na casa de Arlene, em São Luís, foram apreendidos
quatro veículos e um montante de documentos falsos. Em Codó, vinte carros de
luxo da ex-prefeita foram retidos pela polícia. Mais de dez empresas fantasmas
criadas por Arlene e a família foram descobertas com registros falsificados. O
filho da ex-prefeita, Eduardo DP, conhecido no município por ‘imperador’, está
sendo investigado por envolvimento direto em fraudes de procedimentos
licitatórios, utilização de documentação falsa (identidade e CPF) e CNPJ’s
fantasmas. Ele é considerado o líder da quadrilha na área.
O foco da agiotagem e licitações fraudulentas em Dom Pedro era a
distribuição de merenda escolar e medicamentos. O secretário de Segurança
Pública, Jefferson Portela, afirmou que as investigações no município continuam
e que nos próximos dias novos fatos serão acrescentados ao processo. “Em Dom
Pedro aconteceu a primeira etapa de uma investigação contínua sobre corrupção e
agiotagem no Maranhão. A morte de Décio Sá foi uma referência para as
investigações sobre este crime e vamos dar continuidade ao desbaratamento
destes grupos corruptos. Estamos retomando as investigações para finalizar
tudo. O trabalho não irá parar”, enfatizou o secretário.
Processo de investigação
. Segundo o secretário Jefferson Portela, o
dinheiro público era desviado para o pagamento de agiotas envolvidos nos
esquemas fraudulentos. “Encontramos vários cheques de prefeituras que estão
sendo investigadas. Neste governo não haverá tolerância com a corrupção e a
diretriz do governador Flávio Dino é para que haja uma apuração radical no
combate a uso ilegal do dinheiro público. Retomamos as investigações, e a
Polícia Civil está preparada para concluir e encaminhar o resultado final ao Poder
Judiciário”, explicou o secretário.
O delegado-geral da Polícia Civil, Augusto Barros, explicou que está
obtendo provas para compor o processo da Prefeitura de Dom Pedro. “Estamos no
momento de recolhimento de material coletado a partir de buscas e apreensões,
as oitivas dos conduzidos e presos para que possamos fechar o conjunto
probatório. É um trabalho interno muito forte e em seguida, vamos fechar este
procedimento e dar continuidade as investigações em outros municípios. A rede
de agiotas presa à época da morte de Décio Sá revelou muito material, que está
sendo aproveitado. Vamos transformar em provas para que possa culminar em
acusações contundentes”, assinalou o delegado
Combate à corrupção
O secretário antecipou que em abril a Secretaria de
Segurança Pública inaugura a Superintendência Estadual de Prevenção e Combate a
Corrupção, que acompanhará de perto os processos de investigação relacionados
ao mau uso do dinheiro público e agiotagem. “A superintendência dará um novo
gás às investigações e permitirá o acompanhamento dos passos para compor os
processos probatórios”, disse Portela.
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