O superintendente da Polícia Federal no
Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco, solicitou ao juiz Sérgio Moro nesta
sexta-feira que 14 presos da Operação Lava Jato sejam transferidos para o
Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais. Se autorizada a transferência,
sócios e executivos de empreiteiras serão levados para a penitenciária
estadual.
O
pedido foi feito porque a carceragem da Polícia Federal em Curitiba estava sem
espaço, por abrigar tantos presos da Operação Lava Jato. O superintendente
argumenta que "está ficando inviável" acomodá-los.
"Com
as novas prisões que ocorreram em 16 de março de 2015 e outras que por acaso
possam ocorrem nos desdobramentos da Operação Lava Jato, já está ficando
inviável ficarmos com todos os presos na nossa Custódia, tendo em vista que
alguns presos não podem se comunicar entre si e fica difícil acomodá-los em
apenas seis celas", afirmou Franco na petição enviada à Justiça Federal do
Paraná.
Os
executivos das empreiteiras não querem, de forma alguma, ser transferidos. Em
uma cadeia comum, terão de se misturar a outros detentos e perder as condições
de conforto que usufruem na sede da PF em Curitiba. E estarão ainda expostos à
violência - o Complexo Médico-Penal do Paraná teve uma rebelião no fim de 2013,
por exemplo.
Em
inspeção do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério
Público Federal no Paraná, todos os executivos de empreiteiras disseram aos
procuradores da república que preferiam permanecer detidos na carceragem da PF.
Com direito a receber de familiares e advogados produtos como barras de
chocolate, biscoitos, garrafas de água de marcas premium,
eles manifestaram interesse em permanecer no local. "Sérgio (Mendes, da
Mendes Júnior) disse que tem 'visto notícias que saíram no jornal e que elas
não efetivamente saíram da gente , que a gente não tem interesse nisso",
diz um trecho do relatório produzido pelo Ministério Público no fim de
fevereiro, a que o site de VEJA teve acesso.
Cinco
celas - Ferreira
Franco mencionou que, após visita ao Complexo Médico-Penal do Paraná na
quinta-feira, a Polícia Federal foi informada que havia espaço para os detentos
da Lava Jato em cinco celas, com capacidade para três presos em cada uma, o que
permite a transferência dos 14 detentos.
Onze
executivos das empreiteiras só foram mantidos até agora na carceragem da PF
porque ainda precisam ser deslocadosquase diariamente, até 27 de março, para
diversas audiências na sede da Justiça Federal em Curitiba.
Das
empreiteiras que participavam do esquema de corrupção na Petrobras, estão
presos na carceragem da PF em Curitiba: Agenor Franklin Magalhães Medeiros,
Dalton dos Santos Avancini, Eduardo Hermelino Leite, Erton Medeiros Fonseca,
Gerson de Mello Almada, João Ricardo Auler, José Aldemário Pinheiro Filho, José
Ricardo Nogueira Breghirolli, Matheus Coutinho de Sá Oliveira, Ricardo Ribeiro
Pessoa e Sérgio Cunha Mendes.
Quatro
operadores (Fernando Soares, Mário Góes, Adir Assad e Alberto Youssef) do
petrolão e dois ex-diretores da estatal (Renato Duque e Nestor Cerveró) também
estão no local.
Nelma
Kodama e Iara Galdino, já condenadas, voltaram ao núcleo de custódia da PF,
após ficarem longo período em presídio estadual, e não devem ser
transferidas.Também não devem ser retirados Eduardo Leite e Dalton Avancini,
que terminaram de prestar depoimentos em acordo de delação premiada na semana
passada e devem passar a responder em liberdade nos próximos dias. O doleiro
Alberto Youssef também deve permanecer na superintendência policial.
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