segunda-feira, 23 de março de 2015

Tesoureiro do PT e ex-diretor da Petrobras viram réus por corrupção e lavagem de dinheiro


João Vaccari      
O juiz federal Sérgio Moro aceitou hoje (23) a denúncia contra 27 investigados na Operação Lava Jato, entre eles, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A ação penal inclui o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e o ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, além de outros investigados na décima fase da operação, deflagrada semana passada. A partir de agora, os envolvidos serão chamados a prestar depoimento, poderão apresentar defesa e indicar testemunhas.
O doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e executivos de empreiteiras, já investigados em outras fases da Operação Lava Jato, também foram denunciados à justiça. Todos são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha.
Na denúncia, os procuradores apontam novos desvios de recursos em contratos com a Petrobras. Desta vez, as obras investigadas foram a Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, no Paraná, e a Refinaria de Paulínia, em São Paulo. Para os procuradores, João Vaccari Neto participou de reuniões com Renato Duque, nas quais eram acertados os valores que seriam transferidos ao PT por meio de doações legais. Segundo o MPF, foram feitas 24 doações de R$ 4,26 milhões.
Ao abrir a ação penal, Moro informou que “há prova documental do repasse de parte da propina em doações eleitorais registradas ao Partido dos Trabalhadores, o que teria sido feito por solicitação de Duque e de Vaccari”. Segundo Moro, a comprovação de doações legais não encobre a origem ilícita de recursos. “A realização de doações eleitorais, ainda que registradas, com recursos provenientes de crime, configura, em tese, crime de lavagem de dinheiro. Além disso, se, como afirma o MPF, as doações foram acertadas como parte da propina dirigida a Diretoria de Serviços, há igualmente participação de João Vaccari no crime de corrupção passiva”, ressaltou o juiz.
A defesa de Vaccari afirma que o tesoureiro não participou de nenhum esquema para arrecadação de propina para o partido. Os advogados acrescentam que as doações solicitadas por Vaccari foram legais e feitas de forma transparente.

Da Agência Brasil

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