Integrante da CPI da Petrobras, a deputada
federal Eliziane Gama (PPS-MA) entrará na manhã desta
terça-feira (7) com pedido de convocação da ex-ministra da Casa Civil, Erenice
Guerra, que também integrou o Conselho Fiscal da estatal do petróleo entre 2006
e 2008.
Braço direito da presidente Dilma Rousseff, Erenice foi alertada em 2007
por um advogado da Petrobras, Claudismar Zupirolli, sobre o fato de o TCU
(Tribunal de Contas da União) ter, à época, aumentado o rigor sobre a
Petrobras por uso abusivo de decreto presidencial que permite gastos sem
licitação.
Segundo a imprensa, o advogado enviou e-mail que, em um dos trechos da
mensagem, informava à então assessora de Dilma dizendo que havia um “voa
barata” entre os gestores da Petrobras, que estavam “com medo do
recrudescimento do tribunal em cima deles”, por causa das contratações sem
licitação.
O alerta dado à Erenice coincide com o período citado pelo ex-gerente da
Petrobras, Pedro Barusco, como o do início da institucionalização da cobrança
de propina na Petrobras. Segundo Barusco, a corrupção foi sistêmica e
institucionalizada, a partir de 2004.
Além do Conselho Fiscal da Petrobras, Erenice Guerra foi consultora
jurídica do ministério das Minas e Energia quando Dilma era a titular da pasta.
Também foi secretária-executiva da Casa Civil, na época em que Dilma era
ministra. Dilma saiu da pasta e Erenice assumiu. Guerra deixou o governo depois
que seus filhos apareceram como beneficiários em esquema descoberto de tráfico
de influência.
Sigilos
Caso a oitiva de
Erenice Guerra seja aprovada e não satisfatória para a CPI,
Eliziane Gama estuda ainda pedir a quebras dos sigilos fiscal,
telefônico e fiscal da ex-ministra.
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