terça-feira, 14 de abril de 2015

Notícias falsa

Editorial JP,14 de abril

Toda notícia mentirosa traz em si o desejo mal contido de que   seja verdade. Por trás da notícia falsa, escondem-se intenções rasteiras, alinham-se propósitos secundários, tem, quase sempre, a personalidade tortuosa jamais revelada, de quem a produziu. Não há lugar mais fácil para localizar más intenções e vontades réprobas que na origem de uma inverdade sobre alguém, alguma instituição ou acontecimento. E mais: tende a acreditar e a espalhar com mais facilidade na mentira os que torcem, consciente e inconscientemente, para que o fato insólito seja verdadeiro.
Farsas e mentiras as mais escabrosas são plantadas na internet todos os dias e trazem todas elas o vil sabor da indecência pública, da inveja, da frustração pessoal e do complexo de inferioridade. Alguns exemplos recentes de notícias plantadas com a evidente intenção de prejudicar a outrem são de fazer cair o queixo de qualquer um. Divulgaram na internet, com lide, sub lide e todas as demais técnicas do jornalismo que o padre Fábio de Melo fora amaldiçoado pela igreja católica. Inventaram e divulgaram apoplético deputado de extrema direita Jair Bolsonaro tinha apresentado na Câmara Federal um  projeto de lei propondo separar o sangue doado pelos gays, vai ver para evitar misturas sexuais indesejáveis. Um site divulgou que a Igreja Universal do Reino de Deus estava vendendo escrituras de terrenos no céu. Nada muito diferente da invenção do Jornal de Sarney, há alguns anos, no calor da disputa política, de que Cafeteira havia mandado matar um homem que ainda estava vivo, Reis Pacheco.
Percebe-se, e não é de hoje, em alguns textos da imprensa sarneisista, o desejo incontido de que o Complexo Penitenciário de Pedrinhas retorne ao estado de explosão, sublevação e domínio do crime organizado que viveu durante a confusa gestão de Roseana Sarney. Assim como se sente que essa imprensa se alegra e compraz a cada crime de latrocínio, cada desova, todo o e qualquer registro de homicídios em São Luís. O terror vivido pela população durante a gestão das cabeças cortadas, das fugas e rebeliões quase diárias é o ideal que mal conseguem esconder porque isso atingiria frontalmente o governo Flávio Dino. Chegam a entrevistar supostos bandidos, cujos nomes nunca são revelados, na intenção de espalhar o terror. Precisam fazer comparações e pouco importa quantos tenham que sofrer e morrer para isso.
De ontem para hoje, se apressaram em noticiar uma rebelião no presídio de Pedreiras que jamais aconteceu. A notícia não foi dada nem espalhada com a preocupação normal de quem se depara com  motins em sistemas carcerários, mas com inegável satisfação de quem alcançou uma vitória, rodeada de pontos de exclamação, aos gritos de “extra! extra!, revelando sua fugacidade na ausência de um único fato que fosse, um único nome, uma única entrevista ou declaração. Queriam, desejavam que acontecesse e, assim, não se preocuparam em apurar se era verdade ou não. Cometeram, propositadamente ou não, o maior erro que um jornalista pode cometer.

Notícia sem fonte, sem fundamento, pura maldade. Os inimigos da democracia, que não se conformam com a queda do império sarneisista, se encarregaram de potencializar um boato cuja origem mistura, no mesmo balde de excrescências, inconformismo, ódio e total ausência de escrúpulos, pilares da pior política já praticada no Brasil. Não se importam de espalhar o pânico, o terror; só o que querem é dar alguma satisfação ao anjo decaído José Sarney. Pior é que isso leva ao descrédito da imprensa, a um estágio de manipulação da informação preocupante, de onde se divisa o nível de vale-tudo que prometem para a política do Maranhão.

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