Editorial
JP, 17 de abril
Paralelamente
ao seu sonho de eternização no poder, Sarney viu surgir no Maranhão novas
lideranças, com novos propósitos e, para azar dele, sem os ranços do
radicalismo, que conseguiram se fazer ouvir pelo povo do Maranhão. Esses novos
líderes, o governador Flávio Dino e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda
Júnior, desbancaram as estruturas carcomidas de poder, com um discurso de
renovação e honestidade corroborado pelas fichas limpas de suas atuações
políticas na Câmara Federal.
Esse
discurso invadiu as redes sociais e confinou ideologicamente o mar de lama das
propinas, superfaturamentos e obras
fantasmas institucionalizado no Maranhão. Como mostram as últimas notícias,
fosse no Detran, fosse na Secretaria de Meio Ambiente, na Emap, na Secretaria
de Educação, na Secretaria de Fazenda, o dinheiro público, engolido a
suculentas garfadas, descia goela abaixo de um coletivo de mafiosos muito
próximos ao poder.
E
São Luís, a capital do Estado, pagava o preço mais alto do ódio político dos
poderosos oligarcas, por não aceitar o nível bárbaro de corrupção no Estado e,
reiteradamente, deixar isso bem claro a cada eleição. Tudo o que puderam
fizeram contra São Luís, inclusive impedir construção de hospital.
Edivaldo
Holanda Júnior se elegeu prefeito de São Luís e, em seguida, Flávio Dino se
elegeu governador. Era o fim da corrupção, das mutretas, das comissões, das
propinas, das maracutaias, do toma lá dá cá infernal que deste fizeram o povo
mais pobre do país. Edivaldo Holanda Júnior acabou ganhando um prêmio nacional
de transparência pela honestidade de sua gestão; Roseana Sarney se mandou para
os States, de onde recebeu a notícia de que está seria investigada pelo STF por
participação no escândalo da Petrobrás.
São
Luís pagou um preço muito alto. O governo Roseana tomava todos os meses da
cidade 70 milhões mensais desde a gestão de João Castelo. Nenhum dos muitos
pedidos de parceria feitos pelo prefeito Edivaldo à então governadora foi
aceito ou sequer considerado. A capital do Maranhão se tornou a única do país a
jamais receber qualquer ajuda do governo do Estado para resolver seus graves
problemas de infraestrutura, como o da historicamente sacrificada malha viária.
Mas
o ciclo do ódio a São Luís acabou. Ontem, os dois novos líderes, o prefeito e o
governador, assinaram um primeiro convênio, da ordem de R$ 20 milhões para
asfaltamento de 296 ruas de São Luís, a primeira parceria institucional entre o
estado e a cidade desde que, sustentados nos horrores da ditadura, os Sarney se
aboletaram no poder.
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