Chegariam a R$ 19 milhões as propinas destinadas à
ex-governadora maranhense Roseana Sarney e ao senador Edison Lobão, ambos do
PMDB, de acordo com as investigações da operação Lava Jato. O alto valor
representa ainda um balanço parcial e crescente na soma atribuída ao grupo
Sarney, desde o início das apurações de denúncia de desvio de dinheiro na
Petrobras até hoje. Novas denúncias estão surgindo a partir de depoimentos e
acusações de investigados pela Procuradoria Geral da República que usam o
benefício da delação premiada.
Conforme as investigações, individualmente, a Lobão
cabe explicar o recebimento de R$ 13 milhões: R$ 10 milhões da Camargo Corrêa,
por conta de propinas pela construção da Usina de Belo Monte, em 2011; R$ 2
milhões em dinheiro, segundo acusação feita pelo ex-diretor de abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa, e R$ 1 milhão da UTC-Constran.
Nesta acusação feita esta semana pelo próprio dono
da construtora, Ricardo Pessoa, o ex-ministro das Minas e Energia teria
recebido dinheiro para facilitar, em 2011, a instalação da usina nuclear Angra
3, que desde 2008 buscava sem sucessos as licenças ambientais.
Roseana –
Já a ex-governadora Roseana Sarney é acusada de receber, por meio de assessores
pessoais, a quantia de R$ 6 milhões: R$ 3 milhões pagos pela mesma UTC/Constran
de Ricardo Pessoa, beneficiada pela liberação do precatório no valor de R$ 120
milhões.
No pedido de investigação da Procuradoria Geral da
República ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-ministro de Minas e
Energia, consta trecho da delação de Paulo Roberto Costa afirmando que metade
da propina repassada pelo ex-diretor da Petrobras iria para a campanha
eleitoral de Roseana, de 2010, e o restante para o próprio Lobão.
Pá de cal –
Lobão e Roseana podem responder por crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. Ambos provavelmente prestarão depoimento na próxima semana na sede da
Polícia Federal em Brasília.
Os peemedebistas vêm adiando os depoimentos, e,
sobretudo, tentando arquivar sem sucesso os inquéritos. Porém, o conjunto de
acusações parte de vários lados; desde o doleiro e operador do esquema Alberto
Youssef e o seu braço direito Rafael Ângulo Lopez ao ex-diretor de
abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Contudo, a pá de cal no caso veio esta semana, no
depoimento do dono da UTC-Constran Ricardo Pessoa. Ele afirmou ter pago propina
a Lobão. Pessoa é considerado o chefe do “clube vip” das construtoras.
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