Editorial
JP, 22 de setembro
O
reincidente sucateamento do Sistema de Segurança no Maranhão chegou ao limite
no último ano do governo Roseana Sarney. O Maranhão foi exposto a nível
nacional e internacional, pelo altíssimo nível de assaltos e homicídios, pela
prevalência do crime organizado dentro e fora do sistema penitenciário, pela
superlotação e desumanização das cadeias públicas, além de terceirizações
direcionadas e deu no que deu: a capital, São Luís, espantou-se inscrita entre
as cidades mais violentas do mundo.
Com
a queda do sarneisismo, soluções como o aumento do efetivo policial, fim das
terceirizações suspeitas, reajuste
salarias e reposição de direitos trabalhistas da PM, Polícia Civil e Corpo de
Bombeiros, dentre outras, foram encontradas pelo governo Flávio Dino a partir
de 1 de janeiro. Mas o sistema de segurança era a artéria entupida no coração
da administração, um coágulo imenso, aparentemente intransponível, que ainda
hoje carece de intervenções cirúrgicas minuciosas para continuar funcionando.
Por isso é difícil entender o que, afinal, orienta a greve da Polícia Civil,
uma categoria que, muito tempo depois, recebeu reajuste salarial entre 20 e 38
%, ou seja, obteve ganhos salariais entre 1.000 e 1.500 reais em reajustes e
gratificações. Contrasta, e muito, com o tratamento que vinha sendo dado aos
agentes civis pelo governo anterior.
Reclamam
que os agentes de polícia recebem apenas 20 % do que recebem os delegados, mas
cabia também ao novo governo, para conter o mal estar no sistema de segurança,
adequar os salários dos delegados às exigências da isonomia salarial. E não nos
parece que esta seja uma razão plausível para a decretação de uma greve por
tempo indeterminado. A intransigência do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol)
nos parece inadequada para servidores que, finalmente, viram garantida a
Gratificação de Natureza Técnica, a todo corpo da Polícia Civil, o abono de
permanência que só recebiam por via de ações judiciais e o adicional de
insalubridade a ser implantado na folha de pagamento de setembro, com efeito
retroativo ao mês de junho.
Alertou
o Jornal Pequeno que, enquanto outros estados anunciam cortes de salários de
servidores, fim de concurso público, parcelamento de salários e até redução na
folha de pessoal, o Maranhão investiu este ano quase meio bilhão de reais em
recomposição salarial. Era necessário, pois que a mentalidade governamental vigente
até o ano de 2014, embora turbinada por desvios de recursos públicos, rosnava
impiedosa contra o funcionalismo público do Maranhão.
Talvez
que a segurança ainda seja a artéria entupida no coração da administração
pública no Maranhão, mas não se negue que os remédios ministrados pelo governo
nos últimos oito meses tem a especificação de remover esse imenso coágulo
deixado pelo governo Roseana Sarney.
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