Editorial
JP, 3 de setembro
Os
tempos são outros. O homem livrou-se dos cavalos e jumentos e passou a se
locomover em automóveis ou através do transporte público. A terra batida e as
estradas carroçáveis foram trocadas pelo asfalto e as ruas escuras ganharam
iluminação pública. Porque as cidades cresceram e a explosão demográfica passou
também a ameaçar a saúde é preciso que seja assim.
Mas
ainda são muitos os logradouros nos quais os moradores enfrentam a lama e a
fedentina, a buraqueira e a infelicidade viral que vem com elas. Bairros
inteiros surgiram como que do nada nas capitais quando, qual migrantes correndo
da pobreza, multidões fugiram do campo para a cidade. É essa talvez a história
do bairro Jardim São Raimundo onde a Prefeitura de São Luís tomou a decisão de
pavimentar cada uma das 19 ruas, trabalho iniciado na última terça-feira.
O
anúncio feito pelo prefeito Edivaldo põe fim a uma espera de 21 anos. O Jardim
São Raimundo, que de jardim ainda tem muito pouco ou quase nada, está a receber
serviços de terraplenagem, drenagem superficial, asfalto, meio fio, sarjeta e
nova iluminação, conforme informou o secretário de Obras e Serviços Públicos,
Antônio Araújo. Para viver sem lama e sem poeira e sentir, de fato, o gosto de
ser jardim.
Trata-se
de uma vasta programação, que inclui o programa “Mais Asfalto” e parcerias
que poderiam ter acontecido há muito
tempo entre a Prefeitura e o Governo do Estado e, no entanto, foram sufocadas
nas papeladas da arrogância política e das disputas eleitorais. Muda-se, assim,
a face de São Luís, uma cidade até aqui castigada por más gestões e por uma
espécie de vindita administrativa contra um povo que sonhou por tempo demais
com a liberdade.
E
esse é também o descobrir que a saúde preventiva não mora em buracos, não voa
com a poeira nem nasce em lamaçais.
Espera-se,
pois, que a cobertura de 300 quilômetros de asfalto em São Luís devolva ao povo
um pouco da fé perdida na classe política, pois ensurdecem-nos já essas
história de corrupção, de malversação dos recursos públicos, de propinas e
bloqueios de bens garfados com superlativa gulodice ao povo do Maranhão. Os
recursos públicos, finalmente, quase 50 anos depois, estão sendo aplicados como
e aonde devem ser aplicados, em benefício da população.
No
jardim chamado São Raimundo não nascerão tantas flores, posto que nossas
cidades são de pedra, mas certamente estão nascendo esperanças de melhores
dias, está brotando a confiança na sinceridade e honestidade dos homens
públicos. São Luís e o estado inteiro descobrem o que verdadeiramente
significa governar.
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