Na manhã deste domingo (20), candidatos de todo o país participaram do
concurso público promovido pelo Governo do Maranhão para recomposição do quadro
de professores da Secretaria Estadual de Educação (Seduc). As provas objetivas
foram realizadas em São Luís e em outras oito cidades do estado. Ao todo, foram
disponibilizadas 1.500 vagas; exatas 83.468 pessoas se inscreveram para
concorrê-las, um marco histórico dos concursos para o segmento no estado. O
salário-base mensal é de R$ 4.985,44 (vencimento e mais 104% de Gratificação de
Atividade do Magistério), para jornada de 40 horas semanais.
Segundo a secretária estadual de Educação, Áurea Prazeres, a meta do
Governo do Estado com o concurso é valorizar ainda mais os profissionais do
magistério e ampliar a qualidade de ensino e de aprendizagem na rede estadual.
A iniciativa contempla vagas para todas as disciplinas e, ainda, para
professores de educação especial, a fim de proporcionar uma educação mais
inclusiva às pessoas com deficiência.
Para a secretária de Estado da Gestão e Previdência, Lílian Guimarães, a
realização do concurso demonstra o comprometimento do governo Flávio Dino com a
valorização dos profissionais da educação e com uma educação pública de
qualidade. “Este é um concurso muito aguardado pelos profissionais da educação
e o grande número de candidatos demonstra a excelente aceitação de todos para
esta ação do governo”, enfatizou.
Mais de 75 mil pessoas compareceram aos locais de prova. As provas
objetivas tiveram duração de quatro horas. Foram 70 questões de múltipla
escolha, divididas em conhecimentos gerais, língua portuguesa, noções de
informática, fundamentos da educação, legislação básica da educação e
conhecimentos específicos. A próxima etapa do concurso prevê prova de títulos,
de caráter classificatório.
Em São Luís, os 47 locais de prova foram divididos em dez áreas. Na
Fama, no bairro Turu, oitenta salas abrigaram quase 4 mil concorrentes. O valor
do salário oferecido atraiu professores de várias regiões do Brasil, que vieram
a São Luís especialmente para se submeter ao certame. Os três amigos Micilene
Vieira, 28 anos, Cristiane Barbosa, 27 anos, e Allyson da Silva, 23 anos,
vieram em uma excursão de Parnaíba (PI) e fizeram as provas para o cargo de
professor de Língua Portuguesa.
Eles já lecionam na cidade onde moram e estudam há mais de um ano para
buscar novas oportunidades. Micilene trabalha pela manhã e à tarde, mas
aproveitava as noites para ir ao curso preparatório para concursos. Já
Cristiane Barbosa conta que estudava cerca de quatro horas por dia em casa.
“Estamos aqui porque entendemos que há valorização do profissional”, comenta
Cristiane Barbosa. Allyson Silva mostrou-se confiante para disputar uma das
vagas, por ter contato com o conteúdo de forma recorrente no preparo das aulas.
“A gente já trabalha na área e o conteúdo que damos é o que cai aqui na prova.
Então, está tudo fresquinho na mente, enquanto outros não trabalham na área e
não tem essa proximidade com os temas”, comenta.
Já os amigos Carlos Alberto da Silva, 31 anos, e Diego Paulo Ambrósio,
25 anos, moram no Paraná e disseram valer a pena a vinda para a capital
maranhense. “A remuneração nos chamou muito a atenção. Os outros estados também
deviam copiar esse comportamento de valorização dos professores”, comentou
Carlos Alberto. A professora de Português Célia Cruz, 57 anos, foi inscrita no
concurso por uma amiga e contou com a motivação da família para a prova. “Este
salário é um dos maiores do Brasil. Minha família me incentivou muito, porque
eu havia deixado de lecionar por contratos no ano passado e essa é uma nova
oportunidade, inclusive de aprendizado”, disse Célia.
Estrutura
A organização do concurso em todo o estado contou com mais de seis mil
pessoas, que trabalharam na logística, suporte e fiscalização. Além de São
Luís, o concurso também foi aplicado em Bacabal, Balsas, Caxias, Imperatriz,
Pinheiro, Timon, Codó e Santa Inês. Dois fiscais foram postos em cada sala de
aula para a condução do processo e do protocolo das provas objetivas. A Polícia
Militar do Maranhão também reforçou o patrulhamento nas entradas dos colégios
com maior contingente de candidatos e a segurança interna dos prédios foi
realizada por segurança privada.
De acordo com a Fundação Sousândrade, examinadora do concurso, na
faculdade Facam, uma pane elétrica impediu a realização das provas no local
pelos candidatos. Em função da interrupção do funcionamento da energia elétrica
no prédio, exclusivamente as provas para os cargos de Matemática, Educação
Física e Química foram anuladas. Todos os inscritos para estas modalidades
serão convocados para provas objetivas em nova data a ser divulgada pela
Fundação Sousândrade.
O Concurso
Com o salário-base mensal de R$ 4.985,44 (vencimento e mais 104% de
Gratificação de Atividade do Magistério), para a jornada de 40 horas semanais,
o concurso chamou a atenção de milhares de profissionais da área. Ao todo,
83.468 candidatos se inscreveram no concurso e mais de 75 mil compareceram aos
locais de prova.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes
Públicas Estaduais e Municipais do Estado do Maranhão (Sinproesemma), Júlio
Pinheiro, afirma que a abertura do concurso para professores é fruto de uma
luta histórica dos profissionais da educação do estado atendida pelo governador
Flávio Dino. “O concurso atende a uma pauta importante do Sinproesemmma que entende
como fundamental a diminuição da contratação temporária na rede estadual de
ensino. Por outro lado oportuniza a comunidade em geral o ingresso ao serviço
público fortalecendo a educação no nosso estado”, relatou Júlio.
Valorização e Fortalecimento da Economia
O concurso público para professores da Rede Estadual de Ensino, além de
valorizar a categoria injetará R$ 119.126,936 na economia maranhense em 2016,
segundo dados da Secretaria Estadual de Planejamento e Orçamento (Seplan). O
incremento na economia gerado pelos investimentos em educação foi acompanhado
de gestos de valorização, já que os concursos realizados anteriormente eram de
20h, no qual o professor licenciado em exercício goza do piso de R$2.492,72. Já
o especialista com jornada de 20h, recebe R$ 2.737,10. Para o professor com
doutorado o piso é de R$ 2.798,20, seguindo jornada de 20h.
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