quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Onde a penicilina nunca fez efeito

Editorial JP,31 de dezembro
Nos horizontes do Maranhão, diásporas que se haviam tornado corriqueiras começam a não mais acontecer. O êxodo rural, provocado pela falta de perspectiva de futuro e por um agônico presente que tantas vezes descrevemos nas páginas deste jornal, já não é tão evidente quanto no passado.
Programas de governo como o Plano Mais IDH, a recuperação do Sistema Estadual de Agricultura, o reforço à agricultura familiar e a criação da Força Estadual de Saúde escrevem, hoje, uma história diferente da que escreveram a grilagem, a especulação imobiliária e o crime ambiental, aquela do homem sendo substituído pelo arame farpado e pela pata do boi.
O Plano Mais IDH beneficia, diretamente, 9.000 famílias de pequenos agricultores nos 30 municípios escolhidos, inicialmente, para que se mude um quadro insuportável de pobreza. “Estrangeiros aqui como em toda a parte”, para usar a frase nobre de Fernando Pessoa, famílias como essas tiveram, durante muito tempo, que enfrentar o trabalho escravo, se mudando para outros setembros e dezembros e para uma vida talvez mais dura do que a que viviam aqui. Essas famílias recebem do governo, cada uma delas, R$ 2.700 para refazerem suas roças, seus terrenos, suas criações e esperanças. Além disso, o governo vai comprar a produção que será utilizada em cozinhas comunitárias também doadas pelo governo.
A Força Estadual de Saúde, com 120 novas vagas e salários que variam de 9 a 17 mil reais, pretende chegar aonde o antibiótico nunca chegou, onde a penicilina nunca fez efeito. Gente que jamais imaginou ver uma equipe médica em sua casa vai ver agora. Mulheres que nunca tiveram notícia do que seja pré-natal vão fazer parte de um programa direcionado à redução da mortalidade infantil e da mortalidade materna. E a força Estadual de Saúde já percorre municípios como Afonso Cunha, Aldeias Altas, Genipapo dos Vieiras, Belágua e São João do Soter, dentre outros. Doenças como hipertensão, diabetes, hanseníase, AVC serão combatidas em terras, povoados, sítios onde jamais foram enfrentadas.
Outros programas, como o Escola Digna que pretende entregar 300 escolas até o ano que vem; Bolsa Família Escola, beneficiando, hoje, mais de 1 milhão de pessoas e um programa pleno de abastecimento dágua também servirão para deter o êxodo rural e urbano no Maranhão.

Se ações de Justiça Social vão chegar e estão chegando nesses rincões distantes, tão longe que nem lembramos de passar, é preciso, sim, que junto com o governador Flávio Dino falemos, agora, de menos desigualdades e mais oportunidades para todos no Maranhão.

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