Editorial
JP,31 de dezembro
Nos
horizontes do Maranhão, diásporas que se haviam tornado corriqueiras começam a
não mais acontecer. O êxodo rural, provocado pela falta de perspectiva de
futuro e por um agônico presente que tantas vezes descrevemos nas páginas deste
jornal, já não é tão evidente quanto no passado.
Programas
de governo como o Plano Mais IDH, a recuperação do Sistema Estadual de
Agricultura, o reforço à agricultura familiar e a criação da Força Estadual de
Saúde escrevem, hoje, uma história diferente da que escreveram a grilagem, a
especulação imobiliária e o crime ambiental, aquela do homem sendo substituído
pelo arame farpado e pela pata do boi.
O
Plano Mais IDH beneficia, diretamente, 9.000 famílias de pequenos agricultores
nos 30 municípios escolhidos, inicialmente, para que se mude um quadro insuportável
de pobreza. “Estrangeiros aqui como em toda a parte”, para usar a frase nobre
de Fernando Pessoa, famílias como essas tiveram, durante muito tempo, que
enfrentar o trabalho escravo, se mudando para outros setembros e dezembros e
para uma vida talvez mais dura do que a que viviam aqui. Essas famílias recebem
do governo, cada uma delas, R$ 2.700 para refazerem suas roças, seus terrenos,
suas criações e esperanças. Além disso, o governo vai comprar a produção que
será utilizada em cozinhas comunitárias também doadas pelo governo.
A
Força Estadual de Saúde, com 120 novas vagas e salários que variam de 9 a 17
mil reais, pretende chegar aonde o antibiótico nunca chegou, onde a penicilina
nunca fez efeito. Gente que jamais imaginou ver uma equipe médica em sua casa
vai ver agora. Mulheres que nunca tiveram notícia do que seja pré-natal vão
fazer parte de um programa direcionado à redução da mortalidade infantil e da
mortalidade materna. E a força Estadual de Saúde já percorre municípios como
Afonso Cunha, Aldeias Altas, Genipapo dos Vieiras, Belágua e São João do Soter,
dentre outros. Doenças como hipertensão, diabetes, hanseníase, AVC serão
combatidas em terras, povoados, sítios onde jamais foram enfrentadas.
Outros
programas, como o Escola Digna que pretende entregar 300 escolas até o ano que
vem; Bolsa Família Escola, beneficiando, hoje, mais de 1 milhão de pessoas e um
programa pleno de abastecimento dágua também servirão para deter o êxodo rural
e urbano no Maranhão.
Se
ações de Justiça Social vão chegar e estão chegando nesses rincões distantes,
tão longe que nem lembramos de passar, é preciso, sim, que junto com o
governador Flávio Dino falemos, agora, de menos desigualdades e mais
oportunidades para todos no Maranhão.
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