Estadão
Organização internacional conhecida por promover abaixo-assinados
virtuais e campanhas de combate à corrupção, a Avaaz entregará nesta
terça-feira (26), ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, um documento
simbólico com mais de 1,3 milhão de assinaturas pedindo a perda de mandato do
presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Representantes da organização entregarão o documento ao presidente do
colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), minutos antes do depoimento do lobista
Fernando Soares, o Fernando Baiano, uma das testemunhas de acusação do processo
por quebra de decoro parlamentar.
A campanha virtual começou em 22 de outubro e chegou ao final de 2015
com 230 mil assinaturas pedindo a cassação do mandato parlamentar do
peemedebista. Logo após a sessão de votação do impeachment da presidente Dilma
Rousseff, houve um aumento significativo de apoios, chegando a 1,2 milhão de
assinaturas em quatro dias. Nesta segunda-feira, o site registrou mais de 1,3
milhão de apoios.
Coordenador de campanha da Avaaz, Diego Casaes acredita que a exposição
de Cunha durante todo o processo de votação da admissibilidade do impeachment
chamou a atenção do eleitorado, que se deu conta da morosidade da ação
disciplinar contra o peemedebista. Ele reconheceu que a campanha não tem valor
jurídico, mas de mobilização social. "A petição tem valor de pressão
popular. São pessoas por trás da assinatura e que têm direito a voto",
afirmou.
A campanha da Avaaz já atingiu uma das maiores mobilizações virtuais do
país, ficando atrás atualmente de uma ação contra a redução da velocidade de
internet fixa, que arregimentou 1,6 milhão de assinaturas. Mesmo com a entrega
simbólica do abaixo-assinado, a campanha continuará aberta para adesões de
internautas. Como a meta agora é reunir 2 milhões de apoios à cassação de
Cunha, a expectativa é de que a mobilização possa se tornar uma das maiores do
mundo.
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