quarta-feira, 4 de maio de 2016

Segurança de abril

Editorial JP, 04 de maio

Os últimos dados sobre a redução da criminalidade, principalmente o número de homicídios e assaltos a ônibus, na grande São Luís, mais que alentadores, mostram que os investimentos do governo Flávio Dino em segurança pública estão quebrando o ciclo intermitente da violência nesta região. O portal da Secretaria de Segurança registrou uma redução de 29 % no índice de mortes violentas neste mês de abril, em relação ao mês de março. E, por ação dos 150 policiais do Batalhão Tiradentes, conforme informações do comandante Manoel Marques Neto, já conseguiram reduzir em 51 % o número de assaltos a ônibus. E anote-se, para que não restem dúvidas, que essa não é uma estatística da polícia, mas do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, onde se localizam a maior parte das vítimas dessa modalidade de crime.
Para quem aqui viveu a violência desembestada dos anos 2013 e 2014, é essa uma evolução sem precedentes na segurança pública da capital. Evidencia-se, então, a capacidade de planejamento da cúpula da Secretaria de Segurança Pública, sob o comando e liderança do secretário Jefferson Portela, do secretário adjunto Saulo de Tarso, do delegado geral Lawrence Melo, do comandante da Polícia Militar, Frederico Pereira e dos superintendentes de polícia que, tanto repressiva quanto preventivamente, inovam na condução das operações policiais.
Nenhuma estatística de violência, para mais ou para menos, será positiva; sempre haverá um número de vítimas, sempre haverá familiares desesperados às beiras dos túmulos, mas esta surpreendente queda no número de homicídios em relação aos anos anteriores, saltando de 12 % para 29 %, nos leva a repetir o que já foi dito: Temos governo; a polícia é outra.
O que mais se observa nesta evolução da segurança pública é o choque de intenções entre o passado e o presente. A polícia não agia porque desaparelhada, sem armas nem viaturas, sem gasolina, solenemente mal paga, desrespeitada pela arrogância governamental que a ameaçava com forças federais, sem o número exigido de delegados de carreira e agentes, com um contingente militar reduzido ao extremo, sem os agentes sociais coligidos no Pacto pela Paz e, principalmente, sem um efetivo planejamento de combate ao crime.

Outro fator a observar é que essa redução da criminalidade é marcada por uma evolução crescente, que começa em fevereiro/março de 2015 e chega, hoje, aos números que o governo e a população comemoram, especialmente porque se esvazia, paulatinamente, para além da diminuição da violência, o clima de terror que a cidade viu e viveu em 2013 e 2014. E é de se notar que os renitentes crimes de colarinho branco cometidos inclusive por autoridades do governo no passado, abriam espaço à permissividade quanto às ações do crime organizado. Quem se organiza agora é o Sistema de Segurança Pública, quem paga o preço são os bandidos e quem se sente mais seguro é o cidadão. E nem o Sistema Mirante, apesar de todos os esforços e de uma orquestração premiada, não consegue mais esconder os avanços da segurança pública no Maranhão.

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