A polícia
científica de Pernambuco ainda não sabe dizer se Paulo Morato se envenenou ou
foi envenenado. Morato apareceu morto num motel de Olinda (Pernambuco) quando
era procurado pela Polícia Federal.
Globo.com
Envenenamento por chumbinho foi a causa da morte do
empresário Paulo Cesar de Barros Morato, achado em um motel de Olinda, no Grande Recife, no dia 22 de junho e alvo da Operação
Turbulência, da Polícia Federal. Os exames histopatológico e toxicológico nas
vísceras de Morato apontaram uma "intoxicação exógena por
organofosforado", informou a Polícia Científica de Pernambuco nesta
quinta-feira (30). [Veja vídeo
acima]
Não foi esclarecido se o empresário tomou o veneno ou se alguém deu a ele. "Houve envenenamento por chumbinho no Paulo César Morato. Quando todos os exames estiverem concluídos, serão encaminhados para a Polícia Civil fazer o inquérito e definir se o que aconteceu com o empresário foi suicídio ou assassinato", informou Otávio Toscano, gerente de comunicação da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco
Não foi esclarecido se o empresário tomou o veneno ou se alguém deu a ele. "Houve envenenamento por chumbinho no Paulo César Morato. Quando todos os exames estiverem concluídos, serão encaminhados para a Polícia Civil fazer o inquérito e definir se o que aconteceu com o empresário foi suicídio ou assassinato", informou Otávio Toscano, gerente de comunicação da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco
Segundo a Polícia Científica, já foram concluídos
os exames de DNA, histopatológico e toxicológico nas vísceras do empresário.
Ainda faltam ser concluídas as perícias das imagens das câmeras do motel,
papiloscopia, química, tanatoscópica e local de morte. De acordo com a SDS, a
previsão é de que o corpo do empresário seja liberado para a família na
sexta-feira (1º). A Polícia Federal informou que as investigações da morte de
Morato seguem sob responsabilidade da Polícia Civil pernambucana.
A Operação Turbulência investiga uma organização
criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, que pode ter financiado a campanha
política do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014. Quatro pessoas foram presas -
Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal, Apolo Santana Vieira e
João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho. O inquérito aponta queCampos e o senador Fernando
Bezerra Coelho receberam propina do dono do avião, João Carlos Lyra Pessoa de
Melo Filho.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF),
Morato era o “verdadeiro responsável pela empresa Câmara & Vasconcelos
Locação e Terraplanagem LTDA”. Segundo o inquérito da PF, por meio desta e
outras pessoas jurídicas, Morato teria “aportado recursos para a compra da
aeronave PR-AFA (que caiu com Campos, em 2014) e recebido recursos milionários
provenientes de empresas de fachada utilizadas nos esquemas de lavagem de dinheiro,
engendrados por Alberto Yousseff, Rodrigo Morales e Roberto Trombeta, além de
provenientes da construtora OAS”.
A Câmara & Vasconcelos é apontada pelo
inquérito como a empresa que recebe da OAS o montante de R$ 18.858.978,16. O
documento afirma que "chama a atenção" o repasse de recursos
milionários de quase R$ 19 milhões para "uma empresa fantasma, a qual possui
'laranjas' confessos em sua composição societária, o que representa um claro
indicativo de lavagem de dinheiro".
Polêmica
Um dos exames das vísceras do empresário teve que ser feito em um laboratório da polícia da Paraíba. A decisão foi tomada por causa de um problema técnico. O equipamento usado no Instituto de Criminalística Professor Armando Samico (ICPAS), da Polícia Científica de Pernambuco, estava quebrado, de acordo com informações da SDS, e não havia condições de fazer o teste toxicológico.
A polêmica em torno do Caso Morato surgiu quando o
Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) denunciou
possíveis ingerências políticas na investigação. Os sindicalistas chegaram a
apresentar um documento no qual a delegada titular do inquérito, Gleide Ângelo,
autorizaria uma perícia complemnetar no Motel Tititi, um dia depois de o corpo
ter sido achado. Tal análise jamais chegou a ser feita.
As polícias
Civil, Federal e Científica descartaram, na tarde de segunda-feira (27), a possibilidade
de interferências externas ou de falhas na perícia nas investigações. Em
coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social, o secretário em
exercício de Defesa Social, Alexandre Lucena, garantiu que não houve falha na
perícia, e sim de comunicação quanto à realização de uma perícia complementar
no dia seguinte à morte do empresário.
Também participaram da coletiva o chefe da Polícia
Civil, Antonio Barros; a delegada responsável pela investigação da morte do
empresário, Gleide Ângelo; o superintendente da PF, Marcello Diniz;a gestora da
Polícia Científica, Sandra Santos; o perito papiloscopista Lauro Macena; e a
perita criminal Vanja Coelho.
O perito papiloscopista entendeu que poderiam ser
feitas mais perícias e deixou um documento para os peritos de plantão do dia
seguinte, que entenderam que deveriam ir até o local para fazer as perícias
complementares. Houve um ruído na comunicação: o perito não se expressou direito
e a delegada não viu necessidade de nova perícia. Mas não houve uma falha da
investigação, segundo o secretário: todas as perícias possíveis foram
efetuadas. A perícia complementar, segundo a própria delegada que coordena a
investigação, não seria necessária e é ela que coordena a investigação, e não
seus auxiliares.
A pressão para a celeridade nas investigações da
morte de Paulo César Morato aumentou. Após o Sinpol informar que procurará o
Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o deputado estadual Edilson Silva
(PSOL) enviou uma representação à Procuradoria Geral da República (PGR)
solicitando que as investigações do caso sejam assumidas pelo órgão em questão
e pela Polícia Federal (PF).
Na terça-feira, o governador de Pernambuco, Paulo
Câmara, afirmou ser contra a federalizaçãodo caso. Ele assegurou que confia no trabalho
realizado pela Polícia Civil do estado.
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