Os corpos dos procuradores estaduais Saint-Clair Martins
Souto e Saint-Clair Souto, pai e filho, respectivamente, foram
encontrados na manhã desta quarta-feira (14), em uma pastagem perto da fazenda
das vítimas, em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá. Eles estavam desaparecidos
desde sexta-feira (9). O caseiro e gerente da
propriedade, José Bonfim Alves Santana, de 42 anos, foi preso na noite desta
terça-feira (13) em Colinas do Tocantins, norte do estado, e confessou o crime.
De acordo com o delegado de Vila Rica, Gutemberg de
Lucena, os corpos de pai e filho estavam local indicado pelo próprio
funcionário preso pelo crime. Uma equipe da Perícia Oficial e Identificação
Técnica (Politec) de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, foi até o
local para fazer o procedimento de perícia na área onde os corpos foram
achados.
Depois dessa perícia, realizada ainda nesta manhã,
a previsão, conforme o delegado, é que os corpos sejam levados para uma
funerária em Vila Rica para necrópsia. Em seguida, os corpos devem ser
transladados para Brasília, no Distrito Federal, onde moram familiares
dos procuradores.
Saint-Clair Martins Souto é procurador aposentado
no Distrito Federal e Saint-Clair Souto atua na Procuradoria-Geral do Rio de
Janeiro. A família comunicou o
desaparecimento dos procuradores na segunda-feira (12), após ambos não
retornarem para Brasília, como previsto.
Crime
A investigação aponta que as vítimas foram mortas na manhã da última
sexta-feira dentro da sede da fazenda. Pai e filho foram executados com um
revólver calibre 38, sendo que o funcionário matou primeiro o pai.
Em seguida, José Bonfim chamou o filho para dentro
da casa, falando que o pai dele havia sofrido uma queda, momento em que matou a
segunda vítima. Após a execução, o suspeito arrastou os corpos para uma região
de mata próxima a fazenda.
Com a quebra do sigilo bancário, a polícia
descobriu que a movimentação financeira na conta do suspeito nos últimos meses
era bem maior do que salário que ele recebia, de R$ 1,2 mil por mês. Ele foi
capturado após fazer um saque em uma agência em Colinas do Tocantins.
Com o suspeito, os policiais apreenderam uma
caminhonete, mais de R$ 5 mil e uma arma que teria sido usada para matar os
procuradores. O caseiro era funcionário da
família há oito anos. Um desentendimento por causa da venda de gado teria
motivado o crime.
"Ele cuidava de todo o gado da fazenda. O
patrão dele ficava cinco meses sem ir ao local. Ele disse que fazia as vendas
desse gado. Posteriormente, o patrão chegou a verificar que o dinheiro não
estava sendo repassado para sua conta e que o gado estava diminuindo na fazenda
e começou a cobrar dele", contou a delegada da Polícia Civil do Tocantins,
Olodes Maria Freitas.
Segundo o delegado de Vila Rica, na terça-feira uma equipe de
policiais foi enviada para o Tocantins e deve levar o suspeito para Mato
Grosso, onde será novamente interrogado. Bonfim será levado por uma aeronave do
Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPaer), ainda nesta quarta-feira. (G1)
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