Suspeitos chegaram a discutir sobre a possibilidade
de usar armas químicas
(Foto: Reprodução)
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O Ministério Público Federal (MPF)
denunciou nesta sexta-feira (16) oito suspeitos de envolvimento em atos de
recrutamento e promoção de organização terrorista. O grupo foi identificado
pela Operação Hashtag, antes da Olimpíada do Rio de Janeiro neste ano. Todos
estão presos temporariamente na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS),
conforme o MPF. Na denúncia, o procurador Rafael Miron pede que os
suspeitos fiquem detidos preventivamente.
Os suspeitos são acusados de crimes
como promoção de organização terrorista, associação criminosa, incentivo de
crianças e adolescentes à prática de atos criminosos e por recrutamento para
organização terrorista.
As prisões da Hashtag foram as
primeiras feitas com base na nova lei antiterrorismo, sancionada em março deste
ano.
Também foram as primeiras detenções
por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no
Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.
Investigação
A Operação Hastag teve, até o
momento, quatro fases. Na primeira, deflagrada em julho, 12 pessoas foram
detidas. As prisões eram temporárias, por 30 dias, e foram prorrogadas por
igual período. Portanto, vencem em 18 de setembro. Além disso, à época, um
menor foi apreendido.
A segunda fase foi realizada em 11 de
agosto, quando foram cumpridos mais dois mandados de prisão temporária. O prazo
terminaria na sexta-feira (9), mas as prisões foram prorrogadas e vencem em
outubro.
No dia 19 de agosto, a PF cumpriu
mais um mandado de prisão temporária em Brasília (DF) pela terceira etapa da
operação.
Na quarta fase, realizada na
terça-feira (6), foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e dois
mandados de condução coercitiva, quando as pessoas são levadas a depor e
liberadas em seguida.
Armas químicas
Os homens suspeitos de ligação com o
terrorismo, presos durante a Operação Hashtag, chegaram a discutir sobre a
possibilidade de usar armas químicas e contaminar uma estação de água durante a
Olimpíada do Rio, que se encerrou no dia 21 de agosto.
O plano foi descoberto em mensagens
de texto em aplicativos de conversa nos celulares apreendidos pela Polícia
Federal (PF) de Brasília.
"As Olímpíadas seria uma ótima
chance", diz a mensagem de um dos rapazes. Em outra conversa, um
integrante sugere o uso das armas químicas. "Já imaginaram um ataque bio
químico, contaminar as águas em uma estação de abastecimento de água por
exemplo?".
Terroristas
amadores
Logo após a deflagração da primeira
fase da Operação Hashtag, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, reconheceu
que embora o grupo fosse simpatizante do Estado Islâmico, nenhum deles teve
qualquer contato com integrantes da facção terrorista.
Segundo ele, trata-se de uma "célula absolutamente amadora",
porque não tinha "nenhum preparo". (G1)
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