Esse é, de fato, um
país muito estranho, no qual aqueles que cometem crimes de corrupção permanecem
livres e os que denunciam são processados e ameaçados de prisão.
JM Cunha Santos
Desconfiem
de candidatos que atacam e ameaçam a imprensa. Geralmente eles têm muita coisa
podre a esconder. E Eduardo Braide tem. Uma das primeiras investidas desse
candidato, depois de passar para o segundo turno, foi ameaçar com processos na
Justiça a imprensa que não se alinha ao modelo de comunicação equivocado e às
vezes até criminoso do grupo Sarney. É só lembrar o caso Reis Pacheco, dentre
outros.
A
arrogância do deputado Eduardo Braide não tem limites. Em recente encontro no
Conselho Regional de Medicina, o candidato gabou-se dos sucessivos processos
contra jornalistas e blogueiros na área cível e os ameaçou processar na esfera
penal, ou seja, quer colocar jornalistas na cadeia, o que por si só já denuncia
sua arrogância, prepotência e espírito ditatorial. A arrogância é tanta que ele
propõe a extinção da blogosfera no Estado. Dirigindo-se aos médicos disse: “Sei
que médicos já foram vítimas de blogueiros. Se todos fizessem o que eu fiz, não
existiriam mais blogueiros nesta cidade tentando achacar os outros e denegrir a
imagem”.
Mas
jornalistas lidam com fatos. E é fato real e indesmentível a existência da
Máfia de Anajatuba que, segundo denúncias do Ministério Público, tinha entre
seus chefes o pai do candidato, Antônio Carlos Braide, Fabiano Bezerra, dono da
FCB Produções e Eventos e o dono da Escutec, Fernando Júnior. Essa máfia,
conforme a denúncia do MP, desviou R$ 45 milhões de diversas prefeituras.
É
real e indesmentível também que o deputado Eduardo Braide destinou R$ 70 mil de
suas emendas parlamentares de 2014 para a empresa FCB Produções e Eventos, de
propriedade de Fabiano de Carvalho Bezerra, apontado pelo Grupo de Atuação Especial
de Combate a Organizações Criminosas (Gaeco) como um dos chefes da Máfia de
Anajatuba. Fabiano era assessor de Eduardo Braide. A Máfia de Anajatuba foi uma
das matérias de maior audiência no quadro “Cadê o Dinheiro que Estava Aqui”, do
programa Fantástico da Rede Globo.
Esse
é, de fato, um país muito estranho, no qual os que cometem crimes de corrupção
permanecem livres e aqueles que denunciam são processados e ameaçados de
prisão. A arrogância de Eduardo Braide, processando e ameaçando jornalistas de
prisão e propondo a extinção da blogosfera no Maranhão, é um atentado à
liberdade de imprensa e à liberdade de expressão.
A ditadura, já faz tempo que acabou e esse tipo
de homem público é, antes tudo, uma ameaça à democracia.
Alguém poderia dizer para o Eduardo Braide que a CAEMA, empresa que ele dirigiu, não é uma empresa pública? Ele fala em seu programa eleitoral que foi presidente da maior empresa pública do Maranhão.
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