sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Corrupção, prisões e manipulações, as semelhanças entre a Escutec e o Ibope



Os históricos dos institutos de pesquisas Escutec e Ibope são deveras semelhantes. Dos institutos e dos donos. Ambos os institutos foram acusados inúmeras vezes de manipular dados e falsificar resultados de pesquisas eleitorais. E ambos os donos foram investigados por corrupção.
Investigação do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, descobriu uma organização criminosa que desviou R$ 13 milhões do município de Anajatuba. O esquema, conforme o Gaeco era chefiado por Carlos Braide, pai do candidato Eduardo Braide, o ex-prefeito do município, Helder Lopes Aragão, Fernando Bezerra e, imaginem, o proprietário da Escutec, Fernando Júnior. Segundo a investigação, Carlos Braide depositou R$ 1 milhão nas contas de Fernando Júnior e da FCB Produções e Eventos. Trinta municípios teriam sido atingidos pelo esquema ao custo de um desvio de R$ 45 milhões.
Carlos Augusto Montenegro, proprietário do Ibope, assim como quase toda família Sarney apareceu em um depoimento de delação premiada. E, imaginem, do doleiro Alberto Youssef, o mesmo que dedurou Roseana Sarney no caso dos precatórios. Youssef acusou o dono do Ibope de financiar um esquema de corrupção no Denatran - Departamento Nacional de Trânsito. O valor da propina seria de R$ 20 milhões, pagos em 20 parcelas para Carlos Augusto Montenegro, pagamentos feitos no escritório do próprio Alberto Youssef.
O esquema foi montado na época em que Márcio Fortes era ministro das Cidades. Passaram a responsabilidade pela transferência de veículos, conhecida como gravame para a Fenaseg – Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e Capital, que por sua vez contratou a GRF Solution para administrar os registros. Essa operação foi intermediada por dois ex-deputados do PP, João Pizzolati e Pedro Corrêa.
Montenegro era um dos sócios da GRF Solution até 2011 quando a empresa foi vendida e por esse brutal esquema uma empresa privada passou a cobrar tributos do contribuinte.
Montenegro não chegou a ser preso. Fernando Júnior passou dois meses na cadeia e Pedro Corrêa está preso desde 2013 por conta do Mensalão. Quanta semelhança!
Só para refrescar a lembrança, nas eleições de 2010 Montenegro foi acusado por dois senadores, Mozarildo Cavalcanti e Papaleo Paes, da tribuna do Senado,  de cobrar 1 milhão de reais para manipulação de resultados em pesquisas de intenção de votos sob os cuidados do Ibope.

E esses são os créditos das pesquisas contratadas pela família Sarney no Maranhão. 

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