Os
históricos dos institutos de pesquisas Escutec e Ibope são deveras semelhantes.
Dos institutos e dos donos. Ambos os institutos foram acusados inúmeras vezes
de manipular dados e falsificar resultados de pesquisas eleitorais. E ambos os
donos foram investigados por corrupção.
Investigação
do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público,
descobriu uma organização criminosa que desviou R$ 13 milhões do município de
Anajatuba. O esquema, conforme o Gaeco era chefiado por Carlos Braide, pai do
candidato Eduardo Braide, o ex-prefeito do município, Helder Lopes Aragão,
Fernando Bezerra e, imaginem, o proprietário da Escutec, Fernando Júnior.
Segundo a investigação, Carlos Braide depositou R$ 1 milhão nas contas de
Fernando Júnior e da FCB Produções e Eventos. Trinta municípios teriam sido
atingidos pelo esquema ao custo de um desvio de R$ 45 milhões.
Carlos
Augusto Montenegro, proprietário do Ibope, assim como quase toda família Sarney
apareceu em um depoimento de delação premiada. E, imaginem, do doleiro Alberto
Youssef, o mesmo que dedurou Roseana Sarney no caso dos precatórios. Youssef
acusou o dono do Ibope de financiar um esquema de corrupção no Denatran -
Departamento Nacional de Trânsito. O valor da propina seria de R$ 20 milhões,
pagos em 20 parcelas para Carlos Augusto Montenegro, pagamentos feitos no
escritório do próprio Alberto Youssef.
O
esquema foi montado na época em que Márcio Fortes era ministro das Cidades.
Passaram a responsabilidade pela transferência de veículos, conhecida como
gravame para a Fenaseg – Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e
Capital, que por sua vez contratou a GRF Solution para administrar os
registros. Essa operação foi intermediada por dois ex-deputados do PP, João
Pizzolati e Pedro Corrêa.
Montenegro
era um dos sócios da GRF Solution até 2011 quando a empresa foi vendida e por
esse brutal esquema uma empresa privada passou a cobrar tributos do
contribuinte.
Montenegro
não chegou a ser preso. Fernando Júnior passou dois meses na cadeia e Pedro
Corrêa está preso desde 2013 por conta do Mensalão. Quanta semelhança!
Só
para refrescar a lembrança, nas eleições de 2010 Montenegro foi acusado por
dois senadores, Mozarildo Cavalcanti e Papaleo Paes, da tribuna do Senado, de cobrar 1 milhão de reais para manipulação
de resultados em pesquisas de intenção de votos sob os cuidados do Ibope.
E
esses são os créditos das pesquisas contratadas pela família Sarney no
Maranhão.
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