JM
Cunha Santos
Imerge
o Brasil num período de caça ao trabalhador que se evidencia em propostas de
emendas constitucionais, as chamadas reformas, que decidiram cobrar ao
trabalhador - e somente ao trabalhador, o preço de uma crise econômica cavada
nos terrenos da corrupção, da inépcia administrativa e da sonegação.
Seriam
cômicas, se não fossem trágicas, a Reforma da Previdência e a Reforma
Trabalhista. Propõe-se o fim de tudo, a começar pela aposentadoria integral, a
liquidação das pensões por morte, a alteração para menor de direitos adquiridos
da classe trabalhadora, como décimo terceiro e, dentre outros. Nada a cobrar,
nenhum sacrifício, dos banqueiros, dos patrões, dos milionários, dos grandes
sonegadores de impostos.
Enquanto
isso, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional revela somente cerca de 13 mil
empresas e pessoas devem ao fisco R$ 900 bilhões em impostos, sendo que a soma
dos débitos da sonegação atinge a cifra estratosférica de R$ 1,8 trilhão e os
grandes devedores, - 0,3 % do total, são responsáveis por R$ 1,4 trilhão dessa
dívida, a dívida não previdenciária. E não se incluem aí os recolhimentos
devidos do FGTS. Mas o governo não quer receber esses quase R$ 2 trilhões que
afundam o país na fossa asséptica da bandalheira institucional.
Nas
ruas do Brasil, o cheiro de sangue e de fome provoca levantes, pois que as
soluções do neoliberalismo para a crise econômica incluem apenas o pescoço dos
mais pobres, desde antes esgarçado por um cutelo de dois gumes: o da corrupção
e o da sonegação.
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