O
Maranhão é lembrado pelos seus grandes escritores: João Lisboa, Gonçalves Dias,
Aluísio Azevedo, Nauro Machado, Ferreira Gullar, Josué Montello. São
maranhenses imortais, com produção literária respeitada pela crítica e que
sempre será lida em nossas universidades e escolas. Mentes iluminadas que
representam a grandeza intelectual de um povo que sempre manteve a altivez de
sonhar com tempos melhores.
Neste
2017, temos a honra de celebrar a memória de Josué Montello, em seu centenário
de nascimento. Maranhense de brilhante carreira não só como escritor, mas
também como jornalista e em sua atuação como gestor público, à frente de
algumas das instituições mais importantes da política cultural brasileira.
Na literatura,
deixou um exemplo da construção de cenários densos e narrativas complexas a
partir de uma escrita límpida. Escritor de reconhecimento nacional, encravou na
bibliografia do país as cores, o cheiro e as belezas de nossa cultura. Elas
estão em Cais da Sagração, a saga de Mestre Severino, cheio de vontade e
esperança, navegando até São Luís para tentar passar sua sabedoria ao neto
Pedro. E também nas páginas imortais de Os Tambores de São Luís, obra de grande
riqueza artística em que talha um retrato crítico da decadência da oligarquia
colonial que arrancava sua riqueza do trabalho escravo. O livro é um libelo da
resistência da população negra à escravidão, que deixou marcas em nossa
sociedade até hoje. Esse é um grande mérito do bom romance histórico, exemplificado
por Os Tambores de São Luís: ao falar do ontem, diz muito sobre o hoje, e
extrai dessa dialética uma grande força para se manter vivo. Com efeito, a
escravidão ainda ecoa no nosso cotidiano, como é demonstrado pela persistência
do racismo, da desvalorização do trabalho humano e pelos arroubos de coronéis
da política, que em pleno século 21 ainda se acham “donos” e “senhores”, mesmo
que não passem de medíocres figuras.
Para
celebrar a memória de Josué, o Governo do Maranhão está organizando para o
segundo semestre uma série de comemorações em homenagem ao centenário do
escritor. Elas ocorrerão justamente na
Casa de Cultura Josué Montello, reaberta em dezembro, após uma ampla reforma e
ampliação. Foi instalado nela um museu, com o acervo pessoal de Montello. Lá,
estão à disposição do público para consulta a coleção de obras da biblioteca
particular do escritor, além de documentos pessoais. Material disponível
para servir de referência para artigos, ensaios, teses e monografias dos
estudantes e pesquisadores de nosso Maranhão e do Brasil.
Tenho
convicção no poder inspirador da arte e na capacidade transformadora da
política cultural. Por isso que cuidamos dela com tanta atenção, com o
apoio aos eventos e às festas populares, aos espaços culturais e inovações, a
exemplo da consistente política setorial do audiovisual que estamos implantando
desde 2015. O centenário de um escritor como Josué Montello, devidamente
destacado, além da dimensão da homenagem, visa funcionar como poderoso estímulo
a tantos talentos literários que o nosso Estado possui. E deixo um convite especial:
conheçam a Casa de Cultura Josué Montello.
Faltou o escritor ladrão, corrupto, que já foi tudo na vida. Opa! Desculpe entrei no blog errado...
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