JM Cunha Santos
Num ambiente de Justiça livre e
determinada, num tempo de Brasil em que não somente pretos e pobres vão para a
cadeia, é provável que muito em breve correligionários muito queridos de José
Sarney tenham que agradecer ao governador Flávio Dino pela recuperação e
melhorias operadas no sistema prisional do Estado.
É que no correr de 50 anos até os
últimos dias de 2014, uma saraivada de máfias e organizações criminosas se
formou e agiu aqui para saquear os cofres públicos, para infelicidade do povo
do Maranhão. Agiotagem, superfaturamento, evasão de divisas, lavagem de
dinheiro, crimes conexos e desconexos foram cometidos por essas organizações
sob o manto da impunidade.
Como a Lei de Execuções Penais exige que
os condenados cumpram as penas próximos de seus familiares, fossem presos
naquele tempo teriam eles que pagar suas dívidas com a sociedade em celas
infectas, num ambiente de insegurança pessoal e muita brutalidade, mal
alimentados, coagidos pela corrupção carcerária, oprimidos por fugas,
esquartejamentos e decapitações, enfim, na sucursal do inferno que eles
mesmos criaram no Maranhão. E sabemos nós que muito dessa gente está às portas
da condenação.
Se presos, entretanto, nestes tempos de
mudanças que ora vivemos, serão recebidos, embora que num ambiente punitivo de
confinamento, por uma outra realidade, um cenário totalmente diferente de
humanização dos presídios, conforme reconhecido em reportagem pelo jornal Folha
de São Paulo. O diário paulista trouxe informações sobre a condenação do Estado
do Maranhão a pagar indenizações aos familiares dos presos pelo massacre de
2014, durante a gestão Roseana Sarney.
E como se poderão se sentir aliviados
sabendo que 6 novas unidades prisionais foram construídas, num total de 1167
novas vagas e que, portanto, não viverão os tormentos da superpopulação
carcerária; como lhes será reconfortante deparar com atividades de ressocialização
logo quando se tornaram párias da sociedade, cônscios de que não serão
obrigados a sobreviver em uma das 5 piores penitenciárias do país, como era no
governo no qual militavam.
Se duvidar, se sentirão até felizes se,
quando já encarcerados, perceberem que ali já não acontecem rebeliões com
mortes há mais de 2 anos. Serão capazes até de comemorar e dar graças a Deus
por terem perdido a eleição.
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