O Governo
do Estado intensifica ação de segurança em Viana, assim como o atendimento, na
rede estadual de saúde, às vítimas do conflito registrado na tarde do último
dia 30. O Comando de Segurança Pública do Estado do Maranhão esteve nesta
terça-feira (2) no local do ocorrido para averiguar a situação. Além disso,
laudo médico, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), aponta boa
evolução no quadro dos índios gamelas que estão sendo atendidos e, ao contrário
do que foi divulgado, não ocorreu nenhum caso de decepamento de mão.
Na
passagem ao município, a equipe da Segurança ouviu tanto gamelas quanto
agricultores e posseiros que moram na área, e foi aberto inquérito policial com
o objetivo de apurar e identificar os autores de crimes. O secretário de Estado
de Segurança Pública, Jefferson Portela, liderou os trabalhos. “Nós estivemos
exatamente no local dos fatos. Conversamos com todos e dissemos que a questão
de definição indígena é de competência de Governo Federal, e que estávamos lá
para impedir a prática de violência e de crimes. E que, passada a situação,
nenhum ato de violência fosse mais praticado. Equipes da polícia civil e da
polícia militar na área fazendo um controle real. Nós não vamos permitir
agressões de nenhum lado, deixamos isso claro para os dois grupos, informamos e
avisamos que foi instaurado inquérito policial para apurar estas ações”, contou
o secretário.
As forças
de Segurança já foram deslocadas e permanecerão atuando para garantir a
integridade física dos cidadãos, até que seja realizado pronunciamento do
governo federal sobre a questão indígena em debate. “Estamos acompanhando o
secretário de segurança em visita aqui em Viana, justamente para verificar in
loco essa questão do acontecido do último domingo. De imediato a Polícia
Militar reforçou as ações aqui presentes com duas equipes do Grupo de Operações
Especiais, vindo de Pinheiro, e também mais três equipes do grupo de
policiamento local. E deixamos aqui no comando um oficial superior,
tenente-coronel Aires, que fará o acompanhamento de toda essa situação, até a
questão ser findada”, explicou o subcomandante Geral da Policia Militar do
Maranhão (PM-MA), coronel Luongo.
A ação
articulada ainda conta com o reforço da Policia Civil. O delegado geral,
Lawrence Melo, informa que a instituição será responsável pela investigação dos
crimes cometidos. “Caberá à Polícia Civil a investigação de todos os fatos
desse conflito. Restaram pessoas lesionadas, houve informação que ocorreram
tentativas de homicídio. E tudo isso será apurado pela Polícia Civil, que já
instaurou inquérito policial respectivo para apurar todas as circunstâncias do
fato, bem como individualizar condutas e determinar autorias, para que os
responsáveis possam ter a devida responsabilidade atribuída a sua pessoa e que
isso seja encaminhado ao Ministério Público e poder judiciário”, relatou o
delegado geral da Polícia Civil, que ratificou a ação após a reunião, no local,
do Comando da Segurança, com Ministério Público, Polícia Federal e Poder
Judiciário, a fim de unir esforços para a investigação. Caso haja indícios da
participação de políticos, isso será encaminhado aos tribunais competentes
legalmente.
Até
agora, não foram encontrados prova ou indício de que forças policiais estaduais
tenham contribuído para os atos de violência, seja por ação ou por omissão. De
qualquer forma, o caso será apurado a fundo até que os autores dos crimes sejam
identificados e entregues ao Ministério Público e à Justiça, para as punições
previstas em lei.
Atualização
informações médicas
A
Secretaria de Saúde registrou atendimento de sete pessoas em hospitais
municipais e estaduais. Dessas, cinco gamelas e dois não são gamelas. Quatro
tiveram alta hospitalar imediatamente e três permanecem internado no Hospital
Geral Tarquínio Lopes Filho, são os índios Aldelir de Jesus Ribeiro, André
Ribeiro e José de Ribamar Mendes. Segundo o médico coordenador geral da
ortopedia do estado e diretor do Hospital Geral, Newton Gripp, todos os quadros
estão evoluindo bem, nenhum dos pacientes está conectado a aparelhos
respiratórios e não houve caso de mão decepada.
“Nós
temos três situações distintas. O senhor Aldelir que sofreu os maiores traumas,
com um ferimento por projétil de arma de fogo no tórax, que já foi drenado,
tratado e já está em observação, e as lesões graves que ele sofreu nas
extremidades dos braços e da perna direita, que foram fraturas expostas
associadas às lesões cortantes provocadas por arma branca, provavelmente facão,
que causou diversas lesões internas, de músculos e tendões. Desse modo, quero
esclarecer, porque foi veiculado que foi decepada a mão dele, que não nenhum
tipo de lesão desse gênero”, ressaltou o médico.
Os gamelas
permanecem sob os cuidados e amparos da rede estadual de saúde, recebendo todos
os cuidados necessários para mais rápida recuperação. Boletins médicos, com a
evolução dos quadros, são liberados diariamente, às 11h.
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