Do G1
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o interrogatório de Michel
Temer no inquérito em que o presidente é investigado com base nas delações
premiadas dos donos da empresa JBS.
O interrogatório, pedido pela Procuradoria
Geral da República, poderá ser feito por escrito e respondido
pelo presidente 24 horas após a entrega das perguntas pela Polícia Federal.
O ministro determinou o envio imediato do inquérito
sobre Temer à Polícia Federal para conclusão das investigações. Isso deverá ser
feito, segundo o ministro, no prazo de dez dias.
Nesta terça-feira (30), Fachin também decidiu
separar a investigação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do
inquérito de Temer, que também inclui o deputado Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR). Com isso, a investigação foi dividida em dois inquéritos diferentes.
Aécio, Temer e Loures são investigados no STF por suspeita de corrupção,
organização criminosa e obstrução de justiça.
A defesa de Temer já havia pedido na semana passada
que um eventual interrogatório fosse feito por escrito. Com o interrogatório, a
PGR quer esclarecimentos sobre um diálogo do presidente com
o empresário Joesley Batista, registrado pelo dono da JBS com um
gravador escondido.
O inquérito foi autorizado
no último dia 18 por Fachin a fim de apurar se, no diálogo,
o presidente deu aval a Joesley Batista para o pagamento de propina ao
ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba pela Operação Lava Jato.
Para o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, ao confirmar o diálogo gravado por Joesley em março, Temer teria feito
uma “confissão extrajudicial”. O procurador apontou
"anuência" de Temer ao pagamento de propina.
“Em pronunciamentos recentes, o presidente da
República não negou o encontro nem diálogo noturno e secreto com o colaborador
Joesley Batista, tampouco nega que o colaborador tenha Ihe confessado fatos
criminosos graves, o que demandaria, no mínimo, comunicação de tais crimes as
autoridade competentes”, diz Janot, em referência a outro trecho da conversa em
que o empresário relatou manobras junto a juízes e um procurador numa
investigação.
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