JM Cunha Santos
Há tempos venho denunciando a
carnificina moral promovida pela mídia sarneisista contra autoridades, pessoas
afinadas ideologicamente com o governo Flávio Dino, colegas de trabalho e todo
e qualquer adversário do oligarca José Sarney. Ao comando de analfabetos
funcionais, incluindo aí blogs, sites e quejandos, nas redes sociais esse
descalabro desce ao nível das brigas de rua, usando eles uma linguagem que foge
por completo à diplomacia e educação inerentes ao trato das questões políticas
e a tudo o que possa representar neste país a grandeza imanente à Galáxia de
Gutemberg.
Sou, no entanto, surpreendido, de
repente, por um artigo na coluna Estado Maior, do carro chefe dessa evisceração
da dignidade alheia - o jornal “O Estado do Maranhão”, que, sob o título Cães
Raivosos, acusa colegas de imprensa de fazer tudo o que eles mesmos sempre
fizeram, estão fazendo agora e vão fazer para sempre. Mas não atingem ninguém,
pois poder-se-ia dizer, sem medo de errar, que este jornal inventou a mentira,
a manipulação e a distorção na imprensa brasileira.
E aproveitam para atacar suas vítimas
preferenciais, o governador Flávio Dino e o secretário de Comunicação e
Assuntos Políticos, Márcio Jerry acusando-o, inclusive, de ser um jornalista
graduado e com formação ideológica no trotskismo. Que me perdoem, mas não podem
eles, defensores de lideranças como Sarney que se firmaram politicamente no
Maranhão e no país apoiando a extrema direita sangrenta que sustentou o SNI, o
AI-5 e a câmara de tortura do DOI-CODI, destratar ninguém por sua formação
ideológica.
Mas não é Flávio Dino, nem Márcio Jerry
que orientam uma imprensa crítica ao sarneisismo. É a indignação pessoal de
cada dos que se negaram a vender suas consciências nos últimos 50 anos, ante o
deplorável estado de miséria a que arrastaram o povo maranhense, o
patrimonialismo que sucateou a economia do Estado, a corrupção orgânica que
saqueou as finanças do Maranhão e a passividade que demoliu a dignidade de boa
parte da imprensa maranhense: esta que peca e quer punir os outros por seus
pecados. Felizmente, são lidos apenas nos circuitos mais fechados da Ilha de
Curupu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário