Artigo escrito pelo radialista, jornalista, secretário adjunto de Comunicação Social e diretor-geral da Nova 1290 Timbira AM, Robson Paz.
A
comunicação é um direito humano fundamental – acesso à informação e liberdade
de expressão. No Brasil, ainda distante da universalização. Mapeamento feito
pela MOM-Brasil em 50 veículos ou redes de comunicação constatou que apenas
cinco famílias – Marinho (Globo), Macedo (Record), Saad (Bandeirantes), Frias
(Folha) e Sirotsky (RBS) – concentram os maiores conglomerados de
comunicação do país.
Difícil
imaginar que a população tenha livre acesso à informação num ambiente em que
apenas um séquito “iluminado” define a agenda de comunicação de todo o
território nacional. Que dizer da liberdade de expressão em terreno tão pantanoso
quanto inacessível.
Alguém
haverá de dizer: temos a internet espaço livre e plural! Verdade em certa
medida. Não é bem assim. A despeito de todo avanço e popularização da rede
mundial de computadores, mais de 30% da população ainda não tem acesso à
internet. Estatística muito mais adversa na região Nordeste.
Qual
seria a alternativa para democratizar os meios de comunicação? Não há resposta,
nem receita pronta. Mas, indícios de caminhos a serem percorridos.
A
regulação da mídia e a democratização de conteúdo e investimentos são
alternativas. Poucos governos fizeram isto em nível federal. Nos estados de
forma insignificante.
No
Maranhão, a reprodução do modelo concentrador e excludente dos meios de
comunicação é ainda mais aguda. As principais redes de comunicação do estado
estão em poder de famílias de políticos, que podem ser contadas em parte dos
dedos de apenas uma das mãos. Por aqui, os Sarney, Lobão, Rocha concentram a
maioria absoluta da mídia.
A
despeito do regramento sobre concessões de rádio e TV ser prerrogativa do
governo federal, o governador Flávio Dino tem desenvolvido política de
comunicação ousada e democrática, que insere e estimula os meios de comunicação
alternativos. Faz isto ao cumprir o item 53 das propostas de governo, que
estabelece apoio às rádios comunitárias, blogs noticiosos e jornais regionais.
Política pública de comunicação em curso desde 2015, que se materializa com
muito mais ênfase no lançamento do programa Mais Comunicação. Iniciativa
inédita no estado, quiçá no país, de apoiar a comunicação comunitária, por meio
de edital de chamada pública.
Nesta
primeira etapa serão contempladas 70 entidades, que mantém rádios comunitárias.
Isto representa quase metade das emissoras deste segmento legalizadas do
Maranhão. As Radcoms terão acesso a equipamentos, a partir de critérios
técnicos com prioridade para as rádios legalizadas em operação nos municípios
mais pobres do estado, que integram o programa Mais IDH.
Quem
conhece a realidade da radiodifusão comunitária do país e especialmente do
Estado sabe das condições precárias da maioria das emissoras.
O
fortalecimento de mídias livres é passo inovador e fundamental para o
empoderamento de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Informação e
conhecimento são insumos essenciais na construção de uma sociedade melhor, mais
justa, com direitos e oportunidade para todos.
Enigmático,
o jornalista e doutorando em comunicação Renato Rovai, editor da Revista Fórum,
sintetizou a iniciativa do governador Flávio Dino: “Se todos os governadores
progressistas fizessem isso…”.
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