JM Cunha Santos
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. (…) *
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. (…) *
Nada pode haver de mais sublime que o
direito à liberdade de expressão, à livre manifestação do pensamento, mas está
no gene de todo ditador, todo déspota, todo tirano, calar o pensamento humano,
impor ideias e ideais, matar no nascedouro o grito de liberdade de povos
oprimidos pela tirania, como o foi, por tanto tempo, o povo do Maranhão.
Esta é a segunda vez que o Senhor
deputado Eduardo Braide, sob orientação do tirano camuflado José Sarney, propõe
à Justiça fechar emissoras de radiodifusão nesse Estado. A primeira vez foi em
2016, quando o excelso potentado propôs fechar todo o Sistema Difusora de
Comunicação. Em seguida, saiu-se a processar jornalistas e ameaçar os críticos
de sua não muito republicana atividade política com a cadeia.
O antocrata quer agora tirar do ar a
Rádio Timbira do Maranhão, essa que no governo Roseana Sarney foi símbolo da
censura, pois não permitida a participação dos ouvintes em sua programação. Era
proibido telefonar para a Rádio Timbira!
Junto com os Sarney, Braide quer calar a
imprensa, quer isolar-se como monumento ao autoritarismo e à perseguição e quer,
principalmente, evitar que através das ondas do rádio, o povo diga quem ele é,
quem é Sarney, quem é Roseana, quem é Lobão, quem é Fernando Sarney, todos eles
enrolados em processos na Justiça.
Não podemos permitir. Essa intentona
ditatorial deve ser denunciada à Associação Brasileira de Imprensa, à Associação
Brasileira de Rádio e Televisão, aos organismos nacionais e internacionais que
cuidam dos direitos humanos, pois nasce aqui, sacramentado e paramentado por
José Sarney, um discípulo de Goebels, o chefe da propaganda nazista, um Gengis
Khan em guerra contra o direito de pensar e de dizer.
Esse homem quer ser governador do
Estado. E, se o for, é provável que sua primeira obra seja a construção de uma
prisão de segurança máxima exclusiva para a imprensa e que sua mais visível
ação social seja colocar torniquetes na língua do povo.
A população reagiu efusivamente nos
microfones da Rádio Timbira contra a Representação do Senhor Eduardo Braide.
Mas acho que ainda míngua a reação da imprensa. Esse homem tem que ser
processado por atentado à livre manifestação do pensamento, por atentado à
democracia e ao estado de Direito, até que a Justiça o escorrace do mapa
político do Maranhão.
Como dito no poema de Eduardo Alves da
Costa, “Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso
jardim”. Essa já é a segunda noite de Eduardo Braide e, se permitirmos que ele
continue invadindo os jardins da liberdade, pode chegar o dia em que não vamos
poder dizer mais nada no Maranhão.
*(Trecho do poema “No caminho com Mayakovski”, do brasileiro Eduardo
Alves da Costa).
Caro poeta, escritor e jornalista Cunha Santos, o Sindicato dos Radialistas do Maranhão - SINRAD-MA soltou nota de repúdio à atitude do deputado Carlos Braide por intermédio do Partido da Mobilização Nacional - PMN em atentado ao direito de livre manifestação e expressão, ameaçando o exercício da profissão de radialistas da Rádio Timbira e defendendo a emissora pública que é um patrimônio cultural maranhense. Josemar Pinheiro - Delegado Representante (SINRAD/MA) e Diretor da FITERT
ResponderExcluirFoi a atitude acertada. Precisamos lutar contra todas as formas de censura com todas as nossas forças.
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