Tudo somado, aquela reunião dava uns cinco
séculos de cadeia.
JM Cunha Santos
Naquela sala, estreita e cheirando ao mofo
das tenebrosas transações que arrastaram o Maranhão à condição de estado mais
pobre do país e seu povo ao impacto da miséria absoluta. Não foi a mesma sala
onde Sérgio Machado, da Transpetro, teria gravado Sarney negociando R$ 18
milhões em propina, mas serviu para abrigar o último suspiro da oligarquia.
Mais de 20 pessoas estavam lá. Tinha até
dois prefeitos ou um e meio, não deu para conferir direito na hora. Roseana
Sarney lançou sua candidatura longe, bem longe do povo do Maranhão repetindo,
como sempre, agressões inomináveis à língua pátria e defendendo com unhas e
dentes o governo desgraçado do pai de sua candidatura, Michel Temer.
Estavam lá Sarney Filho, Edison Lobão,
José Sarney, João Alberto, Adriano Sarney, Edilazio Júnior, Hildo Rocha,
Chiquinho Escórcio. Tudo somado, a julgar pelas últimas incursões dos
Ministérios Públicos Estadual e Federal, Polícia Federal, Supremo Tribunal
Federal, Procuradoria Geral da República e Tribunais Regionais Federais, aquela
reunião dava uns 5 séculos de cadeia.
Com as barbas de molho, Maura Jorge e
Eduardo Braide não foram convidados nem apareceram por lá.
Mas ninguém se fez de rogado. Estava
lançada a pedra fundamental da candidatura empurrada goela abaixo de Roseana
Sarney. Ela tirou dos alforjes um discurso chocho, escrito a marqueteiro,
alguma coisa no estilo “Return of the Jedi”, uma assombrosa coletânea de
ameaças ao povo do Maranhão: eu vou voltar, o sarneisismo vai voltar!
Para fazer de São Luís uma das cidades
mais violentas do mundo.
Para reinaugurar um Maranhão sem escolas
de ensino médio, sem escolas profissionalizantes e sem escolas de tempo
integral.
Para que policiais e professores vivam em
estado permanente de greve e ganhando salários de fome.
Par inaugurar escolas de taipa e o ensino
fundamental em galpões sujos.
Para que o crime organizado controle o
Sistema Penitenciário e as cabeças voltem a voar por cima dos muros.
Para dar total apoio à gasolina de 5 reais
de Michel Temer, à volta dos maranhenses e brasileiros ao fogão de lenha.
Para o desmonte irracional do Sistema
Estadual de Agricultura.
Para abrir as portas dos nossos mais
luxuosos hotéis aos doleiros da “Cambio, Desligo”.
Não vai voltar não. Credo in Cruz, Va de
Retro, Pé de Pato, Mangalô, Três Vezes!
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