sábado, 9 de junho de 2018

Crise econômica e corrupção fazem o brasileiro perder o interesse pela Copa do Mundo


Pesquisa indica que incríveis 65 % dos brasileiros não têm interesse nenhum ou estão muito pouco interessados na maior competição esportiva do planeta.

JM Cunha Santos


Visitei vários sites dedicados ao esporte de todo o Brasil e há neles uma revelação surpreendente: os brasileiros, em sua grande maioria, não demonstram interesse pela Copa do Mundo que se inicia na Rússia no próximo dia 16.
Os cronistas esportivos constatam que os souvenires da seleção brasileira não estão vendendo, 14 % da população não sabe sequer onde será disputada a competição, não há decorações nas ruas, nem murais, como nos dias que antecederam outras copas, as bandeiras brasileiras escasseiam nos veículos e portais, as chamadas ruas temáticas perderam patrocínio e sumiram do mapa, não há mais aquela profusão de calçadas pintadas em verde e amarelo etc. No Rio de Janeiro um vendedor que a cada copa costumava encomendar 5.000 camisas da seleção brasileira declarou que às vésperas desta copa está encomendando apenas 100. Se vender ou a cada vez que o Brasil ganhar, encomenda mais 200.
PESQUISAS
Essa constatação aguçou também o interesse de institutos de pesquisa. O Instituo Paraná ouviu 2948 brasileiros em 185 municípios das 27 unidades da Federação sobre a Copa da Rússia. 28,3 % disseram não estar nada interessados na Copa do Mundo e 37,5 % afirmaram ter muito pouco interesse. No total, 65 % dos entrevistados mostram ter perdido o encantamento pelo evento mundial com mais poder de atração sobre os brasileiros. Outra pesquisa, do Instituto Datafolha, mostra que o desinteresse pela Copa do Mundo no Brasil cresceu de 18 % para 42 %.
Mais grave é que a maioria dos sites, cronistas esportivos, analistas de fenômenos de massa e do comportamento da sociedade brasileira avaliam que a crise econômica no país, aliada à enormidade dos escândalos de corrupção, é a grande responsável por esse desinteresse pela Copa de 2018. Além disso, acusam também “a rede de corrupção e lavagem de dinheiro montada na CBF – Confederação Brasileira de Futebol” como signatária desse surpreendente desencanto.
Há também aqueles que vão mais longe e dizem que os jovens de hoje não têm dinheiro para pintar as ruas e aqueles que acreditam que tudo isso acontece porque o 7 a 1 da Alemanha ainda não saiu das cabeças dos brasileiros.
E, por minha conta, acrescento: fica muito difícil voltar a atenção para a Copa do Mundo num país em que a gasolina aumenta diariamente, o botijão de gás custa R$ 75 e o governo ameaça reduzir o valor do salário mínimo no ano que vem.

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