Montanhas de livros
viraram cinzas na Alemanha nazista. Mais que isso, o bolsonarismo parece
disposto a queimar ideias dentro das escolas.
JM Cunha Santos
JM Cunha Santos
Quase
tudo que vem da transição para o governo Bolsonaro tem cheiro de retrocesso
internacional. O senador Cristovam Buarque informou que o pretenso programa “Escola
sem Partido”, que pretende criar uma geração de alcaguetes no país e fazer
habitar um clima de tensão permanente nas escolas brasileiras, já foi testado
na Rússia soviética e na Alemanha nazista. E não deu certo. O senador
acrescentou, ainda, que “Com isso vamos provar que a educação ainda pode piorar
quando os alunos forem às aulas fantasiados de dedos duros.
A
inspiração nazifascista de Jair Bolsonaro é inconteste. Quando propôs o
genocídio de pelo menos 30 mil no país ou quando defendeu valores da tortura
que somente ele e se séquito conseguem perceber. O viés ideológico autoritário
do governo que se anuncia não é, portanto, apenas o discurso da esquerda
derrotada nas urnas; é um fato.
Ao
assinar um decreto na manhã da segunda-feira (12), garantindo Escolas com
liberdade e sem censura” no Estado, o governador Flávio Dino previne-se e
previne o Maranhão contra ataques ao exercício do livre pensamento e defende a
liberdade de aprender, ensinar e pesquisar.
O
ideal da censura e da perseguição política permeou todos os regimes de exceção
no mundo. No dia 10 de maio de 1933 foram queimados em praça pública, em várias
cidades da Alemanha, obras de escritores considerados inconvenientes ao regime.
Montanhas de livros viraram cinzas durante o regime nazista. Stefan Zweig,
Thomas Mann, Sigmund Freud, Eric Kastner, Erich Maria Remarque estavam entre os
escritores e intelectuais mais perseguidos pelo regime de Hitler. O regime
defendia a “necessidade de purificação radical da literatura alemã”. Mais que
isso, com a proposta da “Escola sem Partido”, o bolsonarismo parece disposto a
queimar ideias dentro das escolas.
Também
no Brasil, no correr da ditadura militar, (1964 a1985) escritores, intelectuais,
cantores, compositores foram presos e exilados, quando não mortos e torturados.
Entre os mais populares, Vladimri Herzog, Geraldo Vandré, Chico Buarque de
Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil foram vítimas da perseguição e da censura
que apagou canções e matou ideias.
A
ideia, portanto, de vigiar, gravar, filmar, ameaçar professores, por meio de
uma mistificação chamada “Escola sem Partido”, sob a desculpa esfarrapada de
evitar uma doutrinação sistemática, só encontra escopo em regimes cruéis e
tirânicos que, acima do próprio poder de Deus, pretendem se apossar e\ou
controlar o pensamento alheio.
j m c joga merda
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