A Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações
Industriais reconheceram as décadas de luta do ex-presidente pelos direitos dos
trabalhadores
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva recebeu nesta quinta-feira (14) o Prêmio de Direitos Humanos George Meany-Lane
Kirkland 2019. A homenagem foi concedida pela Federação Americana do Trabalho e
Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), a maior central operária
dos Estados Unidos. O prêmio leva o nome de George
Meany-Lane Kirkland, ex-presidente da central sindical, e começou a ser
entregue no ano de seu falecimento, 1999.
“A AFL-CIO reconhece as décadas de luta de Lula para
avanço dos direitos dos trabalhadores,
fortalecimento da democracia brasileira, e sua luta para maior igualdade
e justiça no
mundo. As mulheres e homens da AFL-CIO concedem este prêmio a Lula e
prometem continuar na nossa solidariedade com a luta por justiça e democracia
no Brasil e no mundo.”
No texto em que explica a escolha, a central denuncia a prisão injusta
de Lula e sem provas de Lula, e recorda as conquistas que o Brasil e o povo
brasileiro alcançaram durante seus mandatos.
Leia o texto da Federação Americana
do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais:
Como migrante, trabalhador, líder sindical e visionário político, Luiz
Inácio Lula da Silva passou sua vida lutando por democracia e pelos direitos
dos trabalhadores e comunidades excluídas no Brasil. Como presidente, de 2003 a
2010, Lula resgatou milhões de pessoas da pobreza e estendeu o acesso à educação superior
e à habitação a milhares de cidadãos de baixa renda. Ele se tornou um líder
respeitado em todo o mundo por aqueles que acreditam que uma economia global
sustentável depende de uma melhor distribuição da prosperidade. Por isso, a
AFL-CIO honra Luiz Inácio Lula da Silva com seu prêmio de direitos humanos
George Meany-Lane Kirkland.
Em seu compromisso para ampliar o acesso a uma vida decente e a direitos
básicos, Lula tem sido fiel às suas origens no carente Nordeste brasileiro,
onde viveu antes de migrar para São Paulo com sua mãe e irmãos. Como líder de
um importante sindicato metalúrgico no fim dos anos 70, ele conduziu
trabalhadores que enfrentavam a ditadura no país para democratizar locais de
trabalho e sindicatos. Lula foi um personagem crucial na ampla aliança de movimentos sociais de massa, artistas e
intelectuais, mulheres e homens, e brasileiros de todas as raças, que
restabeleceu a democracia no Brasil em 1985.
Naquela jovem democracia, Lula lutou sem descansar para colocar o maior
número possível de pessoas numa situação de igualdade de direitos e de uma vida
decente que um país tão grande quanto o Brasil poderia oferecer a seu povo.
Durante sua Presidência, o Brasil apresentou progresso concreto e consistente
em termos de inclusão social, e todos os brasileiros prosperaram. Mas desde
2015, opositores a tal progresso aproveitaram a retração econômica, o
ressentimento da elite por ter perdido o controle do país e o preconceito
contra muitos de seus cidadãos para levar o país para trás, congelando os
investimentos em educação e saúde por vinte anos, minando direitos
trabalhistas, revertendo avanços em igualdade racial e de gênero, ameaçando a
floresta amazônica e povos indígenas e semeando o ódio e medo em seus discursos
e ações.
Para avançar sua agenda, esta elite minou as frágeis instituições
democráticas brasileiras, especialmente o Judiciário,
e tomou medidas extraordinárias e ilegais para impedir que Lula concorresse à
eleição presidencial em outubro de 2018, quando pesquisas apontavam sua
vitória. Desde 7 de abril de 2018, Lula é um prisioneiro político, condenado
por “atos oficiais não especificados” tendo como prova contra ele apenas
informações originadas em delações premiadas sem documento. Contrariamente
à Constituição brasileira, ele permanece preso enquanto
recursos ainda estão sendo examinados e foi impedido de comparecer ao funeral
de seu irmão, embora o Brasil permita tais saídas a milhares de prisioneiros todos
os meses. Enquanto estava preso durante a ditadura nos anos 70, Lula teve mais
acesso a seus direitos do que no Brasil de hoje.
O crime de Lula foi ter a audácia de tirar mais de 30 milhões de pessoas
da pobreza e desafiar os privilégios da poderosa elite que há muito age como se
fosse dona do Brasil. Durante este período difícil, a mensagem de Lula e do
amplo movimento social que ele e seus aliados construíram permanece clara: a
luta continua.
A AFL-CIO junta-se ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas no
pedido para que os direitos políticos integrais de Lula sejam restaurados, e
nos unimos com o movimento trabalhista global na demanda para que Lula seja
absolvido imediatamente e liberado de uma perseguição política profundamente
injusta.
Lula e os vibrantes movimentos sociais brasileiros continuam tanto como
atores reais na luta diária por justiça social no Brasil, assim como símbolos
da esperança que todos compartilhamos por um retorno da democracia em muitos
países que atualmente passam por períodos sombrios de aumento da desigualdade e
ódio contra migrantes, trabalhadores, e líderes e visionários comprometidos com
justiça social.
A AFL-CIO reconhece as décadas de luta de Lula para avanço dos direitos
dos trabalhadores, fortalecimento da democracia brasileira, e sua luta para
maior igualdade e justiça no mundo. As mulheres e homens da AFL-CIO concedem
este prêmio a Lula e prometem continuar na nossa solidariedade com a luta por
justiça e democracia no Brasil e no mundo.
Por Instituto Lula
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