(O conto mais
incrível já contado na história política do Maranhão)
JM Cunha Santos
E, naquele dia, empolgados com a nova missão de, mais uma vez, criar
problemas para o governo Flávio Dino e perseguir o secretário Jefferson
Portela, dois deputados e um senador, Aloísio Mendes, Edilazio Junior e Roberto
Rocha dirigiram-se à Procuradoria Geral da República devidamente acompanhados
de Tiago Bardal e do delegado Ney Anderson Gaspar. Solícitos, atenderam
imediatamente quando Racquel Dodge pediu a apresentação dos depoentes:
- Este é o delegado Tiago Bardal, minha testemunha principal – disse Roberto
Rocha. É presidiário. Está preso por chefiar um esquema de contrabando que, segundo
a polícia, movimentou R$ 100 milhões. É uma testemunha digna, séria, idônea,
honesta, de moral ilibada, senhora Procuradora.
E a procuradora, estupefata, perplexa, abismada, boquiaberta, aturdida,
se limitou a perguntar:
- E a outra testemunha?
Foi a vez de Edilazio Júnior, que se coçava todo por ter sido obrigado a
dar a mão a um pobre na entrada da Procuradoria:
- É o delegado Ney Anderson, homem de fibra, sereno, sóbrio, gentil,
cordato. Nunca deu uma pedrada em ninguém. E aproveito, senhora procuradora,
para solicitar que ouça ele primeiro, pois está de licença para tratamento
psiquiátrico. Aqui estão o laudo e a licença para comprovar.
E a procuradora, ainda mais aturdida, perplexa, estupefata, confusa,
desnorteada, só conseguiu gritar para seus assessores:
- Chamem um psiquiatra! Internem esse deputado e este senador!
E Aluísio Mendes, já sendo conduzido para fora do gabinete da
procuradora e preocupado com o destino de seus colegas parlamentares, ainda
teve tempo de retrucar:
- Se quiser, eu tenho aqui mais 18 cartas que o delegado escreveu.
- Internem esse deputado também - fulminou a Procuradora, sem querer acreditar
no que estava acontecendo ali.
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