quarta-feira, 29 de maio de 2019

Os doidos e o contrabandista

(O conto mais incrível já contado na história política do Maranhão)
JM Cunha Santos


E, naquele dia, empolgados com a nova missão de, mais uma vez, criar problemas para o governo Flávio Dino e perseguir o secretário Jefferson Portela, dois deputados e um senador, Aloísio Mendes, Edilazio Junior e Roberto Rocha dirigiram-se à Procuradoria Geral da República devidamente acompanhados de Tiago Bardal e do delegado Ney Anderson Gaspar. Solícitos, atenderam imediatamente quando Racquel Dodge pediu a apresentação dos depoentes:
- Este é o delegado Tiago Bardal, minha testemunha principal – disse Roberto Rocha. É presidiário. Está preso por chefiar um esquema de contrabando que, segundo a polícia, movimentou R$ 100 milhões. É uma testemunha digna, séria, idônea, honesta, de moral ilibada, senhora Procuradora.
E a procuradora, estupefata, perplexa, abismada, boquiaberta, aturdida, se limitou a perguntar:
- E a outra testemunha?
Foi a vez de Edilazio Júnior, que se coçava todo por ter sido obrigado a dar a mão a um pobre na entrada da Procuradoria:
- É o delegado Ney Anderson, homem de fibra, sereno, sóbrio, gentil, cordato. Nunca deu uma pedrada em ninguém. E aproveito, senhora procuradora, para solicitar que ouça ele primeiro, pois está de licença para tratamento psiquiátrico. Aqui estão o laudo e a licença para comprovar.
E a procuradora, ainda mais aturdida, perplexa, estupefata, confusa, desnorteada, só conseguiu gritar para seus assessores:
- Chamem um psiquiatra! Internem esse deputado e este senador!
E Aluísio Mendes, já sendo conduzido para fora do gabinete da procuradora e preocupado com o destino de seus colegas parlamentares, ainda teve tempo de retrucar:
- Se quiser, eu tenho aqui mais 18 cartas que o delegado escreveu.
- Internem esse deputado também - fulminou a Procuradora, sem querer acreditar no que estava acontecendo ali.

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