quinta-feira, 23 de maio de 2019

Os fuzis da eternidade

(Não compre armas; atire em quem atirar, estarás matando Deus)
I
“Vede, pois, são minhas entranhas embebidas em sangue e vinho para o alimento dos que escarnecem dos meus sonhos de Amor e Paz”.

JM Cunha Santos


Não compre armas;
o horror não tem secções
toda arma, se não trava,
diminui os corações

Não compre armas
sob a luz do sol brilhando
a cada luz de uma arma
há outra luz se apagando

Não compre armas;
a luz da morte é pesada
pesa tanto quanto a cruz
que ainda nem foi carregada

Não compre armas
ou vais comer pensamentos
andar sem haver estradas
voar onde não há ventos

Não compre armas
serás virado ao reverso
quem mata não mata apenas
tira postas do Universo

Não compre armas;
balas não fazem cidades
Às balas dos teus fuzis
os fuzis da eternidade

Não compre armas
Todo sangue se deduz
e atire em quem atirar
também vais ferir Jesus

II
“Há muitas moradas na casa de meu pai; há humanidades demais para o teu desejo de matar”.

Não compre armas;
o Amor também tem gatilhos
e atire em quem atirar
também sangrarás teus filhos

Não compre armas;
Todo fuzil será sal
e só matarás o corpo
de uma alma imortal

Não compre armas;
o Amor dispara flores
e não serás atingido
nos mundos inferiores

Não compre armas;
elas disparam tormentos
não deixe de plantar rosas
para plantar sofrimentos

Não compre armas;
Delfos grita em solidão
- A maior arma de fogo
está no teu coração

Não compre armas;
as balas não fazem céus
Não compre armas;
atire em quem atirar
estarás matando Deus!

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