247 - O deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP) intimidou o Judiciário brasileiro ao sugerir que uma eventual
libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode causa uma convulsão
social no Brasil. Está prevista para agosto a sessão no Supremo Tribunal
Federal que julgará o pedido de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro feito pela
defesa de Lula. O congressista também criticou o vazamento de diálogos entre o
atual ministro da Justiça e procuradores da Operação Lava Jato.
"Foi uma
invasão criminosa com o objetivo político de soltar o ex-presidente Lula.
Querem descredibilizar o ex-juiz Sergio Moro para, consequentemente, acabar com
a Lava-Jato", afirma o parlamentar à Veja. "Soltar o Lula poria em xeque a
nossa democracia, com risco de uma convulsão social. Eu não sei em que
proporções, mas isso estaria dando o recado de que vale a pena ser desonesto no
Brasil", acrescenta.
Diálogos revelados
pelo site Intercept Brasil revelaram que Moro era uma espécie de
"assistente de acusação". O então juiz sugeriu, por exemplo,
acréscimo de informações em produção de provas, inversão de ordem das fases da
operações e questionou a capacidade de uma procuradora para interrogar o
ex-presidente Lula.
A um das conversas,
procuradores reclamam do então magistrado: "Moro viola sempre o sistema acusatório".
O filho do
presidente Jair Bolsonaro defendeu o ex-magistrado. "Eu nasci na década de
80 e, na minha época, corrupção era o que havia de mais abjeto. A minha geração
consegue facilmente fazer a relação de que o que falta no hospital é o que o
político roubou. Em nenhum momento passou pela cabeça do presidente demitir o
Moro. Ele resgatou a esperança de que o Brasil pode ser um país que não
privilegia a corrupção em detrimento das pessoas que trabalham honestamente. Vai
perder as fichas quem apostar na queda do Moro", complementa.
O ex-juiz foi
responsável por condenado Lula em primeira instância jurídica. O ex-presidente
condenado sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP), acusado de ter
recebido um apartamento da empreiteir
a OAS como propina
em troca de contratos na Petrobrás que teriam beneficiado a
construtora. Mas o ex-presidente nunca dormiu, nem tinha a chave do imóvel.
Outro detalhe é que, na apresentação da denúncia, em setembro de 2016, o
procurador Henrique Pozzobon admitiu que não havia "prova cabal" de
que Lula era o proprietário da unidade.
Vale ressaltar que,
segundo uma das reportagens do Intercept, o procurador
Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula.
"No dia 9 de
setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela sexta-feira, Deltan Dallagnol
enviou uma mensagem a um grupo batizado de Incendiários ROJ, formado pelos procuradores
que trabalhavam no caso. Ele digitou: 'Falarão que estamos acusando com base em
notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem
amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o
enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São
pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua'",
afirmou o site.
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