quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Cada vez mais isolados, Bolsonaros ameaçam o povo brasileiro e voltam a sugerir uma nova Ditadura Militar


O foco das ameaças mudou das instituições públicas para a população brasileira. Menos de um ano depois, ninguém mais suporta o governo Bolsonaro.

JM Cunha Santos


Os policiais militares de baixa patente o consideram um traidor, pela desgraça da Reforma da Previdência; a Rede Globo não suportou as ameaças de cassação de sua concessão pelo presidente e, finalmente, expôs as relações do clã Bolsonaro com as milícias que mataram Marielle. Desta vez, com envolvimento do nome do próprio presidente.
O PSL, o Supremo Tribunal Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil, aposentados e pensionistas, servidores públicos em geral, pela ameaça de uma Reforma Administrativa que pretende reduzir salários, extinguir cargos e acabar com a estabilidade no emprego; os indígenas, acusados de incendiar a Amazônia; os governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo, a maioria dos governadores do Nordeste e até chilenos e argentinos, todos ameaçados, insultados e desrespeitados. Menos de um ano depois, ninguém mais suporta o governo Bolsonaro.
E Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, discursou, imaginem, em plena Câmara Federal: “Se o povo brasileiro seguir o exemplo dos chilenos e ocupar as ruas contra o governo em protestos intensos, a ditadura militar vai se instalar novamente no Brasil”. E acrescentou: “Não vamos deixar isso aí vir para cá. Se vier para cá vai se ver com a polícia. E se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como a banda vai tocar”.
Podem apostar que fala por todo o séquito bolsonarista. Eu só duvido é que os militares brasileiros se lancem contra o povo deste país para manter no poder uma gente obviamente louca, desmoralizada internacionalmente e que, em menos de um ano, fez de todos inimigos: de indígenas a advogados, de operários a ministros do Supremo, de jornalistas a policiais militares de baixa patente, de aposentados e pensionistas a governadores.
O foco das ameaças mudou das instituições públicas para a população brasileira: “vai se ver com a polícia”. Na verdade, Jair Bolsonaro nem percebe que foi eleito. Acha que foi entronizado, que é, de fato, o Rei da Selva e somos nós, o restante do país, as hienas que ameaçam seu reinado.
O Brasil precisa se livrar disso. E é urgente.

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