O vazamento do livro do ex-procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, em grupos de WhatsApp está causando um pandemônio no mundo
jurídico. Advogados e políticos têm encontrado farto material na obra, que
ainda não foi oficialmente lançada, para incrementar atos contra a Lava Jato e
a delação da JBS.
O capítulo 15, por exemplo, intitulado “O objeto de desejo chamado
Lula”, pode vir a favorecer a ação que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva move na ONU contra os métodos dos investigadores que o levaram à prisão.
No trecho, Janot afirma que foi pressionado por integrantes da
força-tarefa da Lava Jato de Curitiba a sobrepor investigações contra Lula à de
outros alvos da operação para dar força à denúncia do caso tríplex, aquela que
ficou famosa pela apresentação de Powerpoint feita por Deltan Dallagnol.
“Veja o que diz o próprio procurador-geral”
Segundo um dos conselheiros jurídicos de Lula, basta traduzir o capítulo
para o inglês e enviar à ONU com a indicação: “Veja o que diz o
próprio procurador-geral da República dos fatos da época, agora, em
livro de memórias”. O relato, de acordo com ele, é um exemplo cristalino da
“obsessão da Lava Jato por Lula”.
Advogados de delatados pela JBS também reviraram o livro de Janot. Eles
já descobriram, por exemplo, que o ex-procurador-geral admite, na obra, ter
recebido as gravações feitas por Joesley Batista para conseguir o acordo de
delação antes do que consta em documento oficial.
Pelo conteúdo, o
livro tem sido chamado por juízes de “delação premiada”.
(Revista Fórum)

Nenhum comentário:
Postar um comentário