segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Lava Jato em xeque: OAS e Odebrecht compraram delações premiadas de Executivos a R$ 20 milhões por cabeça


JM Cunha Santos


Uma notícia no jornal Valor Econômico deve tumultuar tudo o que diz respeito a delações premiadas no entorno da Operação Lava Jato. Conforme o jornal, a Odebrecht pagou R$ 1,5 bilhão a 77 executivos e ex-executivos da empresa para fazerem delações premiadas e, com isso, pavimentarem o caminho para o acordo de leniência da empresa. Também a OAS pagou R$ 6 milhões para que seus delatores “adequassem” suas delações.
Entenda-se: grande parte das condenações e prisões decorrentes da Operação Lava Jato são consequência de delações premiadas que, pelo que se vê, podem ter sido compradas não apenas pela OAS e Odebrecht, mas por tantas outras empresas alcançadas pelas investigações da Polícia Federal.
A oferta de recursos em troca das delações premiadas implica em pelo menos R$ 20 milhões por cabeça de executivo delator.
E não há como não lembrar que o ex-juiz Sérgio Moro condenou Lula a mais de 9 anos de prisão por conta de um triplex no valor de R$ 1,5 milhão que, por sinal, o ex-presidente nunca recebeu.
Não bastassem as revelações feitas pelo The Intercept Brasil de que o ex-juiz Sérgio Moro e membros do Ministério Público aparelharam as investigações na Lava Jato de modo a condenar adversários políticos, esta informação recente do “Valor” enterra de vez a Operação Lava Jato no terreno do mais brutal jogo de interesses pessoais e contorções jurídicas, bem distante dos ideais de Justiça que devem orientar toda e qualquer investigação.
Curioso é perguntar como fica o povo brasileiro diante desta nova revelação: delações premiadas foram compradas e no entorno da Lava Jato ninguém sabe o que mais se vendeu e se comprou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário