JM Cunha Santos
Não
há marketing no mundo, nem mentira repetida milhões de vezes, capaz de tomar a
Jair Bolsonaro, o cetro, a liderança sobre as mais de 100 mil mortes provocadas
pelo coronavírus no Brasil. Não adianta anotar nomes de governadores ao lado do
número de mortos nos estados, nem querer culpar o STF que, graças a Deus,
impediu que esses 100 mil mortos se quintuplicassem no desobedecer do
distanciamento social, como quis e tentou o senhor presidente da República.
Para
começo de assunto, relatório do Tribunal de Contas da União mostra que até o
final do mês de junho, o Ministério da Saúde gastou apenas 29 % do dinheiro que
recebeu (R$ 38,9 bilhões) para combater o coronavírus.
O
senhor presidente, como principal liderança do país, não apenas minimizou o
poder devastador do vírus implacável que abala o mundo. Pelo contrário,
estimulou aglomerações, quis forçar a abertura do comércio e colocar nossas
crianças nas escolas enquanto o patógeno maldito ainda passeava sem freios no
ar. E o presidente, sem máscara, abraçava e discursava para fascistas
contaminados em praça pública.
Enquanto
falava em “salvar a economia”, era apenas a referência de um governo louco por
dinheiro que, inclusive, está nos ameaçando com a criação de um imposto
digital, uma nova e macabra versão da malfadada CPMF que vem se juntar,
impiedosamente ao coronavírus.
Jair
Bolsonaro foi escolhido como pior presidente do mundo no combate à pandemia.
Deixou o Ministério da Saúde sem ministro até hoje, criou critérios políticos-eleitorais
para distribuição de repasses e equipamentos destinados a combater a pandemia,
permitiu que idiotas cruéis se manifestassem contra o isolamento social quando
o país já contabilizava mais de 50 mil mortos, investiu contra todas as
principais autoridades de saúde pública do Brasil e do mundo e demitiu o
ministro Henrique Mandetta por puro e indisfarçável ciúme eleitoral.
Não
foi uma nem duas vezes que Bolsonaro e seus seguidores acusaram a imprensa de
superdimensionar o poder devastador do vírus e continuaram dizendo a mesma
coisa mesmo depois que 23 autoridades federais retornaram contaminadas dos
Estados Unidos. E agora somos mais de 100 mil mortos.
Enquanto
a “gripezinha” de Jair Bolsonaro continuava matando brasileiros
indiscriminadamente, ele mal conseguia esconder o prazer mórbido que o
exultava, fazendo afirmações tresloucadas como a de que “É a vida. Todos nós
vamos morrer um dia”. Ou, então, “É daí? Quer que eu faça o quê? Sou Messias,
mas não faço milagre”. E, a uma senhora que o questionou sobre o grande número
de mortes, “Cobre do seu governador”, como se não fosse ele o presidente e,
portanto, na obrigação de unir o país no combate ao inimigo invisível que
estava e ainda está matando seus compatriotas.
Chegou,
inclusive, o senhor Jair Bolsonaro, ao cúmulo de agir para que respiradores não
chegassem aos estados governados pelos que considera seus adversários
políticos. Que hoje são, praticamente, todos os governantes do país.
Não
há, pois, quem lhe tire o cetro de pior governante do mundo no enfrentamento da
pandemia. Nem mesmo o Donald Trump, outro maluco que entregou seu país ao
coronavírus defendendo teorias sem pé nem cabeça sobre salvação da economia,
ajuntamento social e uso de cloroquina.
Os
dois países, Brasil e EUA, são os países com maior número de mortos. E,
enquanto, a gente chora, Trump e Bolsonaro só pensam no que fazer para, depois
de tamanha tragédia, por eles provocada, vencerem a próxima eleição.
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