sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Bolsonaro é o culpado pelos 100 mil mortos da covid-19 no Brasil

JM Cunha Santos



Não há marketing no mundo, nem mentira repetida milhões de vezes, capaz de tomar a Jair Bolsonaro, o cetro, a liderança sobre as mais de 100 mil mortes provocadas pelo coronavírus no Brasil. Não adianta anotar nomes de governadores ao lado do número de mortos nos estados, nem querer culpar o STF que, graças a Deus, impediu que esses 100 mil mortos se quintuplicassem no desobedecer do distanciamento social, como quis e tentou o senhor presidente da República.

Para começo de assunto, relatório do Tribunal de Contas da União mostra que até o final do mês de junho, o Ministério da Saúde gastou apenas 29 % do dinheiro que recebeu (R$ 38,9 bilhões) para combater o coronavírus.

O senhor presidente, como principal liderança do país, não apenas minimizou o poder devastador do vírus implacável que abala o mundo. Pelo contrário, estimulou aglomerações, quis forçar a abertura do comércio e colocar nossas crianças nas escolas enquanto o patógeno maldito ainda passeava sem freios no ar. E o presidente, sem máscara, abraçava e discursava para fascistas contaminados em praça pública.

Enquanto falava em “salvar a economia”, era apenas a referência de um governo louco por dinheiro que, inclusive, está nos ameaçando com a criação de um imposto digital, uma nova e macabra versão da malfadada CPMF que vem se juntar, impiedosamente ao coronavírus.

Jair Bolsonaro foi escolhido como pior presidente do mundo no combate à pandemia. Deixou o Ministério da Saúde sem ministro até hoje, criou critérios políticos-eleitorais para distribuição de repasses e equipamentos destinados a combater a pandemia, permitiu que idiotas cruéis se manifestassem contra o isolamento social quando o país já contabilizava mais de 50 mil mortos, investiu contra todas as principais autoridades de saúde pública do Brasil e do mundo e demitiu o ministro Henrique Mandetta por puro e indisfarçável ciúme eleitoral.

Não foi uma nem duas vezes que Bolsonaro e seus seguidores acusaram a imprensa de superdimensionar o poder devastador do vírus e continuaram dizendo a mesma coisa mesmo depois que 23 autoridades federais retornaram contaminadas dos Estados Unidos. E agora somos mais de 100 mil mortos.

Enquanto a “gripezinha” de Jair Bolsonaro continuava matando brasileiros indiscriminadamente, ele mal conseguia esconder o prazer mórbido que o exultava, fazendo afirmações tresloucadas como a de que “É a vida. Todos nós vamos morrer um dia”. Ou, então, “É daí? Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre”. E, a uma senhora que o questionou sobre o grande número de mortes, “Cobre do seu governador”, como se não fosse ele o presidente e, portanto, na obrigação de unir o país no combate ao inimigo invisível que estava e ainda está matando seus compatriotas.

Chegou, inclusive, o senhor Jair Bolsonaro, ao cúmulo de agir para que respiradores não chegassem aos estados governados pelos que considera seus adversários políticos. Que hoje são, praticamente, todos os governantes do país.

Não há, pois, quem lhe tire o cetro de pior governante do mundo no enfrentamento da pandemia. Nem mesmo o Donald Trump, outro maluco que entregou seu país ao coronavírus defendendo teorias sem pé nem cabeça sobre salvação da economia, ajuntamento social e uso de cloroquina.

Os dois países, Brasil e EUA, são os países com maior número de mortos. E, enquanto, a gente chora, Trump e Bolsonaro só pensam no que fazer para, depois de tamanha tragédia, por eles provocada, vencerem a próxima eleição.

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