Estamos vivendo um dos piores momentos da crise
sanitária ocasionada pela pandemia do coronavírus. Agora, em âmbito nacional,
além do elevado índice de contágio e mortalidade, lidamos com limitação de
insumos e de mão de obra especializada para ampliar a assistência hospitalar
aos pacientes acometidos pela doença, além dos incalculáveis danos sociais e
econômicos que alcançam a população. Preocupado com esse quadro, o Fórum
Nacional de Governadores propôs, esta semana, um Pacto Nacional em Defesa da
Vida e da Saúde. O documento foi assinado por 21 governadores, com o objetivo
de estruturar um trabalho conjunto, célere e efetivo no enfrentamento a esta
tragédia.
O Pacto ultrapassa quaisquer preferências
político-partidárias, porque o nosso objetivo é lutar em defesa do povo
brasileiro, e não tratar de eleições. Para tanto, propusemos que o processo
seja coordenado por um Comitê Gestor composto por representantes dos três
poderes e nos três níveis federativos – União, Estados e Municípios, sob
assessoria de uma comissão de especialistas, atuando a partir de três focos
centrais. O primeiro deles é a expansão da vacinação, com diversidade de
fornecedores, mais compras e busca de parcerias e doações internacionais, com
distribuição obedecendo o marco legal do Plano Nacional de Imunização. O
segundo refere-se à ampla adoção de medidas preventivas, especialmente diante
dos obstáculos a infinitas expansões hospitalares. E o outro ponto é que a
União apoie os Estados na manutenção dos leitos, como dispõe a legislação do
SUS.
Precisamos agir, fazendo absolutamente tudo que for
possível, para evitar que milhares de vidas continuem sendo perdidas todos os
dias. É isto que tem norteado o nosso trabalho incansável aqui no Maranhão.
Somente este ano, já abrimos 731 leitos exclusivos para casos Covid, em sua
grande maioria leitos permanentes, que serão mantidos na Rede Estadual de
Saúde. Também abrimos o hospital de campanha de Imperatriz, erguido diante da
brutal sobrecarga dos hospitais públicos e privados na região.
Contudo, a demanda por leitos é crescente e
preocupante, por isso estamos com obras em andamento em diversas regiões do
estado, de acordo com os indicadores epidemiológicos. Cito para as próximas
semanas 54 novos leitos em São Luís, 55 no hospital de campanha de Pedreiras,
26 em Caxias e 35 em Bacabal, além de ampliações em nossos hospitais
macrorregionais. Ontem abrimos 72 novos leitos no HCI e já viabilizamos a
abertura de mais um hospital de campanha, também em São Luís, onde temos,
atualmente, o quadro mais difícil do estado. Paralelamente, seguimos a batalha
por mais vacinas para o Maranhão, com sucessivas reuniões com o Ministério da
Saúde e com empresas de outros países, a exemplo de Rússia, Estados Unidos e
China.
A situação nos hospitais está muito difícil, nossos
profissionais estão exaustos e o contexto ainda não aponta para melhorias em
curto prazo. Por isso, na última sexta-feira reforçamos as medidas restritivas,
estendendo a vigência do Decreto nº 36.531 até o próximo dia 21, e ampliando
determinações também para bares e restaurantes. Como forma de apoio, vamos
conceder auxílios emergenciais estaduais ao setor cultural, no valor de R$ 600,
e para bares e restaurantes, no valor de R$ 1.000. Nosso objetivo é a
manutenção de empregos e sustento de famílias nesse período excepcional.
Em hora tão desafiadora, peço que esqueçam
preferências políticas e partidárias. É hora de união com base na consciência
coletiva. Não é possível uma saída individualista para um problema social. Só
venceremos esta difícil crise mediante a solidariedade de todos. Conto com
vocês e que Deus proteja o Brasil.
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