A Sputinik tem 94 % de eficácia comprovada, já é aplicada em 51 países e foi renegada no Brasil no dia em que a covid-19 matou 4.195 pessoas
JM
Cunha Santos
Cheira
mal, cheira muito mal essa repentina decisão da ANVISA de enviar técnicos à
Rússia para inspecionar o laboratório que produz a vacina Sputinik antes de
liberar o uso no Brasil.
Porque
ainda não foram à China inspecionar o laboratório que produz a Coronavac, outra
vacina que o senhor Jair Bolsonaro fez tudo para que nunca chegasse aqui.
Cheira
a vingança política contra governadores do Nordeste que não apoiam as insanidades
do presidente; governadores que, no desespero de salvar o maior número possível
de vidas em seus estados, decretam lockdown, medidas restritivas, uso
obrigatório de máscaras, distanciamento social. Bolsonaro quase nunca usa
máscara, faz questão de promover aglomerações e, no mais tresloucado gesto de
anemia mental, recusou se vacinar contra a covid, dando um exemplo desgraçado
para o povo desta Nação.
O
que o governo federal não quer é a exposição de sua própria incompetência, da
demência ideológica que o levou a retardar a chegada de vacinas ao território nacional,
o que agora, diante de mais de 330 mil mortes, número que supera os óbitos de
109 países juntos, não consegue mais porque laboratórios e distribuidoras já
estão comprometidos com outros países.
Por
isso Bolsonaro fez esse jogo de cena de ligar para Vladimir Putin. Para poder
dizer depois que foi o seu governo que trouxe a vacina Sputinik, quando por
diversas vezes deixou claro que não faz questão de vacinar ninguém; o que quer
é enfiar cloroquina e ivermectina nos organismos do povo brasileiro.
A
aquisição de vacinas para uso emergencial pelos estados é garantida por lei,
conforme demonstrou o governador Flávio Dino:
“4.195
mortes. Enquanto isso, a ANVISA nos chamou para uma reunião sobre vacinas que
já dura três horas, para dizer que precisam ir à Rússia para avaliar pedido de
autorização de importação de vacinas feito pelos estados.
O
pedido dos estados para importação de vacinas está lastreado em leis. A decisão
da ANVISA de não autorizar a imediata importação da Sputinik pelos estados
choca-se com a legislação”, afirmou o governador do Maranhão.
Assim,
num dia com a tragédia de 4.195 mortes por covid no país, o Nordeste perde a
chance de adquirir 37 milhões de doses de vacinas que salvariam milhões de
vidas. Até porque, como frisou o governador Flávio Dino, dezenas de agências
reguladoras autorizaram a Sputinik, há certificação e registros em dezenas de
países. E mais: a Sputinik é a única vacina com 94 % de eficácia comprovada e
já está sendo aplicada em 51 países.
Não
há, então, como não perguntar: porque o governo Bolsonaro faz tanta questão de
que morram tantos brasileiros?
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