quinta-feira, 13 de maio de 2021

Sob os holofotes da Globo, o governo Bolsonaro despe sua alma suja

JM Cunha Santos


A Rede Globo está dedicando quase a totalidade do espaço de seus telejornais à chamada CPI do Genocídio (ou da pandemia) que apura a responsabilidade escancarada do presidente Jair Bolsonaro na tragédia de mais de 428 mil mortes por covid-19 até agora.

São tragédias que se repetem de ponta a ponta do Brasil e que se juntam a outras, como a chacina da Favela do Jacarezinho na qual a polícia, confundindo operação policial com operação de guerra, deixou para trás 28 cadáveres, de 28 alguéns, uma coisa sem nenhuma explicação plausível do ponto de vista da segurança pública.

À tragédia da covid-19 nos lares brasileiros, junta-se a tragédia de uma lei ambiental em gestação cujo propósito mais visível é facilitar a movimentação de madeireiros, grileiros e empresas agropecuárias, ou seja, a floresta vai continuar torrando e desabando até que não haja mais por lá nenhum pé de nada, em gigantesco contributo para o aumento da violência no campo, outra catástrofe a atormentar o Brasil.

Na Comissão Parlamentar de Inquérito, o ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten mentiu tanto, trocou tanto suas primeiras verdades, que deixou a impressão de que se escondia de alguma ameaça da qual não temos conhecimento.

E a CPI segue seu rumo incerto, com senadores se tratando por ladrões e vagabundos na demolição de um decoro parlamentar que, a essas alturas, ninguém mais tem certeza se já existiu.

A CPI segue seu rumo e a covid-19 também matando aos milhares, a cada dia, a cada hora, a cada minuto, fazendo deste um país de destino imprevisível.

O som dos aparelhos de TV anunciando tragédias letais já começa a ficar insuportável para quem sonha com o que fomos e com o que queremos ser. Deste lado do sofrimento, que é bem maior, ouvimos as sandices pronunciadas a todo o momento por Bolsonaro e seu séquito contra os chineses e nos perguntamos o que poderá acontecer se os asiáticos decidirem reter os insumos para fabricação de vacinas destinados ao Brasil. Insumos que aguardam em algum lugar entre a boçalidade diplomática oficial e o direito à vida até que decidam se ainda devem envia-los para salvar vidas neste país.

O Brasil está parando economicamente, o Brasil está morrendo, enquanto o Senhor Jair Bolsonaro não se decide se quer ser um comandante de tropas em guerra contra seu próprio povo ou quer governar.

Sob os holofotes da Rede Globo, o governo despe sua alma suja e nos faz sangrar. Sob o peso do coronavírus e de uma política do mal.  

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