“È
uma interpretação equivocada achar que o projeto nasceu com o objetivo de
embaraçar a eleição de presidente da Assembléia em 2015”.
Deputado Alexandre Almeida |
O
projeto tem 14 artigos e está gerando uma das mais fortes polêmicas dos últimos
tempos na Assembléia Legislativa, inclusive com a obstrução, por quase duas
semanas, da votação de cerca de 50 outras matérias pendentes na Assembléia. Foi
preciso um acordo de lideranças e a ausência do autor do projeto de lei, deputado
Alexandre Almeida, para desobstruir a pauta de votação.
Ontem,
depois de reconhecer que o clima no Poder Legislativo é desfavorável à aprovação
e até à apreciação do projeto de sua autoria, Alexandre informou que o
parágrafo único do artigo 13 é que está gerando o visível clima de desconforto
entre os parlamentares.
Art.
13 – Durante a vacância dos cargos de governador e vice-governador serão
sucessivamente chamados ao exercício do Poder Executivo o presidente da
Assembléia Legislativa e o presidente do Tribunal de Justiça.
Parágrafo Único – Não se fará eleição indireta se
a última vaga ocorrer a menos de trinta dias do fim do mandato governamental,
hipótese em que ocorrerá sucessão imediata, na ordem prevista no artigo 60 da
Constituição Estadual.
Esse
parágrafo obrigaria a Assembléia a eleger um novo presidente no prazo de cinco
sessões ordinárias.
Alexandre
Almeida explica que, embora não seja esta a primeira vez em que a hipótese de
eleição indireta foi levantada na Assembléia na presente legislatura, o que
também ocorreu quando da renúncia do então vice-governador, Washington Oliveira,
a regulamentação do processo é inevitável, pois se houver uma eleição indireta
na AL, hoje, ninguém terá certeza de nada. Não se saberá quem pode ser
candidato, nem como registrar candidatura ou qual o prazo de desincompatibilização
para quem ocupa cargo comissionado etc. “Meu projeto define todo esse processo,
inclusive os prazos para registro e substituição de candidaturas”, afirmou.
Alexandre
Almeida afirma que os deputados estão se negando a debater o principal, que é a
regulamentação da eleição indireta e se concentrando apenas no texto que trata
da vacância dupla de governador e vice-governador no prazo de menos de trinta
dias do término do mandato.
Para
o deputado, existe uma interpretação equivocada que é achar que o projeto
nasceu com o objetivo de embaraçar a eleição de presidente da Assembléia em
2015. Em outras palavras, com a renúncia da governadora Roseana Sarney e a
ocasional eleição indireta do atual presidente da Assembléia, Arnaldo Melo,
para o cargo de governador do Estado, a Assembléia, como já foi dito, seria obrigada
por lei a eleger um novo presidente no prazo de 5 sessões ordinárias. E a base
do futuro governo teme que esse novo presidente crie embaraços, ou até mesmo
impeça a eleição do deputado indicado para presidir o Poder Legislativo nos
próximos dois anos, a partir de fevereiro, Humberto Coutinho.
Fato
é que, em pauta já há algum tempo, o projeto de lei de Alexandre Almeida, em
virtude das circunstâncias políticas do momento, ainda não foi sequer
apreciado. Mas o deputado garante que se não for a votação agora, ou for derrotado
em plenário, vai reapresentá-lo em outro momento, pois o artigo que trata da
vacância do cargo de governador nos últimos dois anos, é uma norma
constitucional de eficácia limitada e, portanto, pendente de regulamentação.
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