Editorial
JP, 25 de novembro
Buracos
são lugares imprescindíveis para a sobrevivência da raça humana. Sem buracos
não seria possível respirar, comer suar, beber e outras atividades menos
cheirosas; mesmo para aqueles que se alimentam de lagostas e caviar com
dinheiro público. Os buracos estão em todas as partes e se já não existem nas
estradas da Alemanha, já faz muito tempo que fazem parte da paisagem de São
Luís e das estradas do Maranhão.
Buracos
também existem na consciência política do senador José Sarney e da governadora
do Maranhão que, além de nada fazer para ajudar na recuperação da malha viária
da cidade e do Estado, tomam todos os meses 2 milhões de reais ao município de
São Luís, dinheiro que poderia ser aplicado na tarefa de tapar buracos. Embora
já tenha o prefeito Edivaldo iniciado, pelo bairro São Cristovão, a
pavimentação asfáltica da cidade, sem nenhuma ajuda do governo do Estado,
Sarney escreve cobrando a transformação de São Luis em uma nova Alemanha, na
qual os carros trafeguem em tapetes pavimentados, livres dos solavancos e
protegidos os passageiros de problemas renais.
Mas
se a filha do senador, Roseana, foi governadora quatro vezes e ele, Sarney,
chegou à presidência da República manipulando, portanto, recursos bilionários,
não se explica a existência de buracos por aqui. A não ser pela maldade de
querer castigar um povo que tanto insistiu até arrancá-los do poder.
Na
descrição do “Buraco Negro”, a Teoria Geral da Relatividade explica tratar-se
de uma região no espaço da qual nada escapa; tudo cai no buraco, mesmo os
objetos que se movem à velocidade da luz. É algo semelhante aos buracos nas
contas públicas por onde descem a alegria do povo, a educação, a saúde, a
segurança, tudo o que, cavando insistentemente com sua picareta administrativa,
Roseana Sarney conseguiu tomar ao povo do Maranhão.
No
“Buraco Negro”, o tempo pára e o espaço deixa de existir. Os buracos nas contas
públicas, provocados por licitações fraudulentas, propinodutos, convênios
fantasmas, obras principais deste governo, fez o Maranhão parar no tempo e
deixou sem espaço e sem futuro sucessivas gerações. Felizmente, a partir do
próximo ano, os Sarney não vão mais administrar o Estado, porque o povo,
cansado dos tantos buracos usados para transferir para alguns poucos toda a
riqueza do Estado, decidiu afastá-los do poder. E São Luís, pela primeira vez
em 50 anos, vai poder contar com o governo do Maranhão.
Sem
mais buracos nas contas públicas, sem propinas oleosas, convênios fantasmas e
licitações fraudulentas, será possível enfrentar a pobreza absoluta no Estado e
trabalhar pela melhor qualidade de vida para o povo de São Luís. E só lembrando
que, finalmente, a oligarquia Sarney está indo para o buraco, Sua Excelência, o
buraco, se torna cada vez mais importante e imprescindível para todos nós.
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