Editorial
JP, 27 de fevereiro
O
recente périplo do governador Flávio Dino por Brasília, à busca de soluções
para os reais problemas desse Estado, inclusive graves pendências deixadas pelo
governo anterior, só demonstra o quanto o Maranhão precisava de governo, de
alguém que, no governo, se sentisse, de fato, disposto a governar. O povo
maranhense sabe, finalmente, a que nível de acefalia se encontrava a
administração pública e a quantas andava a falta de prestígio do grupo Sarney
na esfera federal.
O
prestígio do governador Flávio Dino, recebido por nada menos que 12 ministros
em apenas uma semana, é a conseqüência natural do grau de idoneidade, de
honestidade com que trata a coisa a coisa pública. Escreve-se, enfim, uma nova
história no Maranhão, de credibilidade nacional, porque os encontros do
governante desse Estado e seus secretários, agora, são com ministros e não com
doleiros e não são fortuitos, acontecem às claras, como tudo deve ser claro
quando se trata de administração.
A
rota do governo do Maranhão mudou de Las Vegas para Brasília, dos cassinos
milionários para o centro de decisões do país e, muito em breve, como, aliás,
nesse pouco tempo já acontece, o povo sentirá os efeitos positivos de ter um
governo realmente preocupado com a população.
Flávio
Dino esteve em Brasília para apresentar programas e projetos governamentais;
esteve para tratar de educação, de saúde pública, de segurança, de combate ao
crime organizado, para repor o Maranhão no visor do Governo Federal. Governar
também é isso e o povo maranhense já havia esquecido o que é governar.
Ao
ministro da Casa Civil o governador solicitou mais celeridade nas obras do
Programa de Aceleração do Crescimento, à presidente da República, Dilma
Roussef, reivindicou investimentos para o Estado, garantiu a instalação de
unidades culturais junto ao Minc e até apresentou projeto substitutivo à falida
Refinaria Premium. Como sempre, o foco principal do governo, em todo esse périplo,
foi o combate às desigualdades sociais e aos desastrosos indicadores socioeconômicos do Maranhão.
A
herança desses cinqüenta anos é desastrosa, faminta e humilhante. O Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar que o Maranhão
tem a pior renda per capita (por pessoa) do país, míseros 461 reais. Essa é a
realidade que o governador Flávio Dino se propõe a mudar, uma realidade
construída em meio século da mais completa inoperância, de evidente descaso
para com o povo desse Estado..
Dos
12 ministros que receberam o governador, pelo menos 5 deverão vir ao Estado até
a próxima semana, dentre eles os da Educação, da Saúde e Cultura. E nunca é
demais lembrar que já há algum tempo ministros
não pisavam no Maranhão. Isso só aborrece a finda oligarquia que se
descredenciou moralmente no Brasil.
E
pensar que a imprensa de Sarney gastou tanta tinta inutilmente para fazer crer
aos maranhenses que faltava ao governador prestígio junto ao Governo Federal.
Mentira tem pernas curtas, mas essa nem pernas tem.
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