quinta-feira, 17 de setembro de 2015

PF prende quadrilha envolvida no tráfico internacional de mulheres

Segundo investigações, grupo cometia crimes financeiros e usava dinheiro no tráfico. Mulheres eram aliciadas no Pará e no Maranhão.
Do G1


A Polícia Federal prendeu dez pessoas de uma quadrilha no Pará. De acordo com as investigações, elas cometiam crimes financeiros e usavam o dinheiro no tráfico internacional de mulheres.
No saguão do Aeroporto de Belém, um homem de camisa branca aborda passageiros que tinham acabado de chegar do Suriname e lá mesmo vende Reais ilegalmente para o grupo. A cena se repete: outro homem negocia com uma mulher. Ele tira um bolo de dinheiro do bolso.
A quadrilha que age nos aeroportos também é acusada de comprar e vender moeda estrangeira para casas de câmbio em São Paulo, Manaus e Macapá. Os criminosos teriam movimentado o equivalente a R$ 54 milhões no ano passado.
“Alguns já tinham fornecedores específicos que iam nesses voos, voltavam e já traziam a moeda estrangeira para eles”, diz a delegada Milena Ramos.
A Polícia Federal prendeu 10 pessoas em Belém, entre elas o ex-jogador da seleção brasileira de futebol Sub-20 Clemilson Pereira Morais. Cinco pessoas estão foragidas.
As investigações revelaram que a quadrilha investia o dinheiro que ganhava ilegalmente no tráfico de mulheres. Elas eram aliciadas no Pará e no Maranhão para se prostituir no Suriname. Segundo a polícia, o embarque, no Aeroporto de Belém, era frequente. Algumas vítimas foram localizadas sendo exploradas em boates e garimpos.
As mulheres eram mantidas em dois hotéis de Belém até a documentação da viagem ficar pronta. A lista de hóspedes foi apreendida.
“A gente vai aprofundar as investigações porque apreendemos diversas passagens, diversos documentos de viagem, passaportes e isso vai servir para que a gente identifique possíveis outras mulheres, individualize quem são elas, e localize as condições que elas estão”, afirma o delegado André Ribeiro.
No Pará, a polícia investigou 14 casos de tráfico de pessoas nos últimos dois anos. O número é considerado baixo. O medo inibe a denúncia. “No momento em que ela constata o crime e tenta sair daquela situação ela é sim ameaçada e essa ameaça é extensiva às famílias”, explica a delegada Christiane Ferreira.

Os dois hotéis citados na reportagem informaram que não têm participação no esquema. A advogada do jogador Clemilson Morais disse que ele é inocente e que está sendo investigado apenas por crime contra o sistema financeiro.

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