Segundo
investigações, grupo cometia crimes financeiros e usava dinheiro no tráfico.
Mulheres eram aliciadas no Pará e no Maranhão.
Do G1
A Polícia Federal prendeu dez pessoas de uma
quadrilha no Pará.
De acordo com as investigações, elas cometiam crimes financeiros e usavam o
dinheiro no tráfico internacional de mulheres.
No saguão do Aeroporto de Belém, um homem de camisa
branca aborda passageiros que tinham acabado de chegar do Suriname e lá mesmo
vende Reais ilegalmente para o grupo. A cena se repete: outro homem negocia com
uma mulher. Ele tira um bolo de dinheiro do bolso.
A quadrilha que age nos aeroportos também é acusada
de comprar e vender moeda estrangeira para casas de câmbio em São Paulo, Manaus
e Macapá. Os criminosos teriam movimentado o equivalente a R$ 54 milhões no ano
passado.
“Alguns já tinham fornecedores específicos que iam
nesses voos, voltavam e já traziam a moeda estrangeira para eles”, diz a
delegada Milena Ramos.
A Polícia Federal prendeu 10 pessoas em Belém,
entre elas o ex-jogador da seleção brasileira de futebol Sub-20 Clemilson
Pereira Morais. Cinco pessoas estão foragidas.
As investigações revelaram que a quadrilha investia
o dinheiro que ganhava ilegalmente no tráfico de mulheres. Elas eram aliciadas
no Pará e no Maranhão para
se prostituir no Suriname. Segundo a polícia, o embarque, no Aeroporto de
Belém, era frequente. Algumas vítimas foram localizadas sendo exploradas em
boates e garimpos.
As mulheres eram mantidas em dois hotéis de Belém
até a documentação da viagem ficar pronta. A lista de hóspedes foi apreendida.
“A gente vai aprofundar as investigações porque
apreendemos diversas passagens, diversos documentos de viagem, passaportes e isso
vai servir para que a gente identifique possíveis outras mulheres,
individualize quem são elas, e localize as condições que elas estão”, afirma o
delegado André Ribeiro.
No Pará, a polícia investigou 14 casos de tráfico
de pessoas nos últimos dois anos. O número é considerado baixo. O medo inibe a
denúncia. “No momento em que ela constata o crime e tenta sair daquela situação
ela é sim ameaçada e essa ameaça é extensiva às famílias”, explica a delegada
Christiane Ferreira.
Os dois hotéis citados na reportagem informaram que
não têm participação no esquema. A advogada do jogador Clemilson Morais disse
que ele é inocente e que está sendo investigado apenas por crime contra o
sistema financeiro.
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